“Ziraldo foi um dos maiores cartunistas do Brasil. Criou e dirigiu o jornal O PASQUIM nos dias difíceis da ditadura. E foi um dos grandes incentivados do nosso Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Sua presença em Piracicaba, naquele agosto de 1974, foi um dos mais importantes avais para a construção e consolidação da história dessa nossa mostra de artes que, aos 50 anos, colocou Piracicaba no cenário mundial do humor gráfico. Nosso ‘Menino Maluquinho’, quando botar os pés no céu, levará com ele um pedacinho também da nossa história. Meus sentimentos aos familiares e milhões de amigos que fez durante uma vida intensa e inspiradora", disse o professor Adolpho Queiroz.

O chargista Erico San Juan também lamentou a morte de Ziraldo. “Em vida, Ziraldo fez de tudo para ser lembrado, porque abraçou o mundo com o lápis. Agora, a imensa obra dele fará com que jamais seja esquecido”, disse.

"A gente perde o cara que sempre foi e sempre vai ser o ícone da arte. Da arte gráfica, pra mim, ele foi grande expoente. Me inspirei muito no trabalho dele e no que ele foi e, para a arte, é uma perda irreparável. O que temos que fazer é continuar e sempre lembrar dele e do seu legado. Infelizmente a gente o perde. Eu lembro das ligações que ele fazia pra gente, quando eu era diretor do Salão, principalmente quando estava perto da abertura do evento.  Ele sempre liga para saber do Salão. O sol brilhava mais quando ele ligava pra gente de manhã”, disse o cartunista Erasmo Spadotto.

O cartunista Edu Grosso também destaca a obra de Ziraldo. “Morre um dos grandes comunicadores gráficos brasileiros de todos os tempos. Ziraldo, um incansável trabalhador desenhista, construtor de sonhos e belezas plásticas.  Ligado a Piracicaba através do nosso Salão de Humor ajudou a construir este monumento cinquentenário. Salve Ziraldo, eterno menino maluquinho, vai colorir outros mundos”, disse.

Ziraldo Alves Pinto nasceu em 24 de outubro de 1932 em Caratinga (MG), onde passou a infância. Mais velho de uma família com sete irmãos, foi batizado a partir da combinação do nome da mãe (Zizinha) com o nome do pai (Geraldo). Leitor assíduo desde a infância, teve seu primeiro desenho publicado quando tinha apenas 6 anos de idade, em 1939, no jornal “A Folha de Minas”.