TEA

‘Somos rodeados de amor’: mães revelam desafios e conquistas dos filhos com TEA

No Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo, mães contam sobre aprendizado e amor pelos filhos

Por Roberto Gardinalli | 02/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min
roberto.gardinalli@jpjornal.com.br

Arquivo Pessoal

Estabelecido como um dia de conscientização sobre os desafios e com o objetivo de passar informações para quem não conhece, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi estabelecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2007, e é comemorado todo dia 2 de abril. Entender melhor o que é o TEA (Transtorno do Espectro Autista) é considerado pela organização mundial como uma chave para o fim da discriminação e o preconceito contra as pessoas com TEA, que possuem, apenas, uma forma diferente de entender o mundo.

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Os desafios que envolvem o TEA e as famílias passam desde a adaptação das rotinas, até as mudanças de comportamento, o que deve envolver toda a família. “O desenvolvimento é sempre desafiador porque os comportamentos mudam a todo momento e a adaptação se faz necessária a cada mudança”, diz Sueli Arvati Hoffman, mãe de Ian, que tem TEA. “Constantemente vão surgindo novos gatilhos que disparam comportamentos em todas as áreas, seja no relacionamento com a família como no relacionamento com o mundo externo”, completou.

O desenvolvimento e adaptações também são citados por Eliana Saliba, fundadora do IAP (Instituto Autismo de Piracicaba), mãe de Enrico. Para ela, os desafios começam ainda cedo, quando os pais ainda não possuem as informações. “A primeira grande dificuldade é lá no início. Vemos que é diferente das outras crianças, porém ainda não sabemos nada deste universo”, afirmou.

As duas mães também concordam que a falta de preparo e informações da sociedade também são uma dificuldade. “Este é o nosso grande pesadelo: medo que maltratem ou excluam nossos filhos. Ficamos o tempo todo apreensiva se irão tratar bem os nossos filhos”, disse Eliana. “O maior desafio é lidar com os padrões sociais estabelecidos, pois, as pessoas com TEA têm dificuldade para se adequar a determinadas regras sociais, e aí vem o preconceito e julgamento”, completou Sueli.

Mesmo com as dificuldades, tanto Sueli quanto Eliana dizem que acompanhar o desenvolvimento e ver as conquistas são momentos prazerosos e de amor. “Pequenos objetivos devem ser traçados no dia a dia. O progresso pode ser lento mas deve ser contínuo. São muitos desafios, mas com certeza somos sempre rodeados de muito amor.”, disse Sueli. “Para nós pais, o aprendizado é constante, é uma sucessão de descobertas, e na maioria das vezes não são grandes feitos, mas sim apenas detalhes, que fazem uma enorme diferença. Eu, enquanto mãe, falo sempre que eu me tornei um ser humano melhor após o nascimento do meu filho. Nossos valores mudam, a maneira de enxergar  a vida passa a ser diferente.  O sorriso de conquista que nossos filhos exibem são troféus para nós”, finalizou Eliana.

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