RAIZ CAIPIRA

VÍDEO: Tradição do cururu em Piracicaba emociona público no Prudente de Moraes

Por Erivan Monteiro | erivan.monteiro@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 3 min
Fotos: Will Baldine/JP
Os cantores de cururu deram um show neste sábado pela manhã
Os cantores de cururu deram um show neste sábado pela manhã

O Museu Histórico e Pedagógico Prudente de Moraes recebeu, neste sábado (16), a segunda edição do projeto Cururu no Museu – Patrimônio de Piracicaba. A apresentação integra a iniciativa do Museu em levar ao público atividades que remetam à cultura piracicabana com a finalidade de demonstrar à comunidade a importância dos patrimônios materiais e imateriais do município.

Nesta edição, o público curtiu o show com os cantores Toninho da Viola, Luíz Bigode, Maurinho Bortoletto, Pezão, Lao do Violão e o novato Leonardo da Silva. A missão dos “cantadores” é manter a tradição e também levar experiência, vivência e conhecimento da cultura e tradição do cururu à população.

“A cultura eleva muitas coisas boas do passado e é uma tradição que a gente faz um esforço para não ela cair”, disse Toninho da Viola ao JP. “A gente sabe como o cururu começou, como foi feito e é uma das mais importantes tradições de nossa cidade”, emendou.

Para Pezão do Cururu, outro cantor que se apresentou no Prudente de Moraes, eventos como esse ajudam a manter o legado do cururu às futuras gerações. “É muito bom porque está acabando essa tradição. Precisa continuar. Nós estamos vivos e estamos há cerca de 20 anos nessa estrada”, conta Pezão.

Há cerca de 10 anos nas apresentações, Luíz Bigode contou que sua paixão pela de cururu. “Meu pai já cantava, meu tio cantava de a gente está tentando”, contou Bigode. “Vamos tentando cantar nos bares e vamos seguindo”, declarou.

“É um evento para incentivar. As pessoas falam que o cururu está acabando e tem se não fizer esse tipo de evento acaba mesmo. Por isso, estamos incentivando para ver se aparece novo ‘cantador’, mas está difícil”, explicou Maurinho Bortoletto, que canta há 15 anos.

O grupo formado por Toninho da Viola, Luíz Bigode, Maurinho Bortoletto, Pezão, Lao do Violão e o novato Leonardo da Silva realiza diversas apresentações nas cidades da região, reunindo-se com cururueiros de Sorocaba, Tietê, Porto Feliz e Capivari, consideradas o berço do cururu.

O CURURU

Tradição piracicabana, o cururu é um desafio entra pares de cantores trocados ao som de viola caipira, composto por versos rimados e escolhidos na hora. Enraizada na cidade, há até uma data comemorativa: o “Dia do Cururu”, celebrado em 19 de julho.

O projeto de lei 59/23, de autoria da vereadora Silvia Morales (PV), do Mandato Coletivo A Cidade é Sua, que institui a data, foi aprovado no ano passado.

Na justificativa do projeto, a parlamentar cita que Piracicaba é uma das cidades que compõe o berço das tradições da cultura caipira, com a primeira apresentação de cururu em 1910, por Cornélio Pires.

Entre os famosos representantes do cururu está Antônio Cândido, conhecido popularmente como “Parafuso”, que foi imortalizado por Tião Carreiro & Pardinho na música Negrinho Parafuso. Cândido nasceu em 19 de fevereiro de 1920 em Recreio, distrito de Piracicaba, e faleceu no dia 2 de dezembro de 1973.

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