ARTIGO

Estratégia de colaboração entre Boticário e Melissa

Por Professor Giuliani |
| Tempo de leitura: 3 min

O lançamento de linhas de produtos de beleza e cosméticos inspirados em marcas clássicas se transformou em uma tradição para o Boticário. Depois de produzir peças em parceria com outras empresas tendo como inspiração nomes como Xuxa, Lilica Ripilica, Barbie, Bubbaloo, agora a gigante de beleza se prepara para colocar no mercado a nova linha Cuide-se Bem, uma edição limitada inspirada no cheiro tradicional das sandálias de plástico da Melissa. Ao todo, a edição contará com 18 produtos entre itens para corpo, cabelos, maquiagem e acessórios. Para entrar no mercado, no lançamento, os preços estão previstos entre R$ 29,90 e R$ 64,90, e a distribuição está agendada para o final deste mês.

Essa estratégia adotada pelo Boticário denomina-se collabs, abreviação do termo em inglês collaboration, ou seja, estratégia de colaboração, a qual é uma abordagem de negócios em que duas ou mais empresas trabalham juntas para alcançar objetivos mútuos. Ela tem se tornado cada vez mais popular no mundo dos negócios devido às diversas vantagens que oferece às empresas envolvidas, as quais são amplamente documentadas na literatura acadêmica. Neste texto, exploro o significado dessa estratégia, suas vantagens para as empresas e os cuidados necessários ao implementá-la, com base em insights de autores científicos.

Tal estratégia envolve a colaboração entre empresas, sejam elas concorrentes, complementares ou de diferentes setores, com objetivo de criar valor compartilhado. Essa colaboração pode assumir diversas formas, incluindo parcerias, joint ventures, alianças estratégicas e acordos de co-marketing. O cerne da referida estratégia é a ideia de que, ao trabalhar em conjunto, as empresas alcançam resultados que seriam difíceis de atingir individualmente. A colaboração, pois, lhes permite o compartilhamento de recursos e de competências, o que aumenta sua eficácia e eficiência.

Autores como Hitt, Ireland e Hoskisson (2011) argumentam que a cooperação estratégica pode ser uma maneira eficaz de gerenciar a incerteza e a complexidade nos negócios. A colaboração frequentemente leva as organizações a um ambiente propício à inovação. Assim, empresas diferentes trazem perspectivas diversas, o que pode resultar na criação de produtos ou serviços inovadores. Colaborações estratégicas podem aumentar a competitividade das empresas no mercado ao explorarem a ideia de “oceanos azuis”. Segundo esse conceito, elas podem criar mercados inexplorados por meio de parcerias inovadoras.

Embora a estratégia de colaboração ofereça muitas vantagens, também é importante considerar os desafios e os cuidados necessários em sua implementação. Desse modo, é fundamental que todas as partes envolvidas tenham objetivos alinhados. Se as metas e os interesses forem divergentes, a colaboração pode falhar. As empresas devem estabelecer acordos claros sobre como os benefícios serão compartilhados, o que inclui a divisão de lucros, propriedade intelectual e responsabilidades. A colaboração requer um monitoramento constante para garantir que as metas sejam alcançadas. Isso envolve a medição do desempenho e a adaptação das ações estratégicas entre os colaboradores à medida que os resultados mudam.

Diante do exposto, observa-se que a citada estratégia é uma abordagem valiosa para empresas que buscam aumentar sua competitividade, no entanto é essencial que as empresas estejam atentas a ações imprescindíveis, como o alinhamento de objetivos, a gestão de conflitos, a partilha justa de benefícios e a monitorização constante. Quando bem executada, essa estratégia pode ser uma fonte considerável de crescimento e de sucesso nos negócios, como destacado por diversos autores especializados em estratégia empresarial.

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