ARTIGO

Por que a mente dá tanto destaque ao negativo?

Por Júnior Ometto | 12/02/2024 | Tempo de leitura: 3 min

Não precisamos de grandes estatísticas para comprovar isso. O negativo, a tragédia, itens sempre à frente da audiência: brigas, estupros, mortes, crimes espantosos, histórias catastróficas, acidentes, injustiças, corrupção. E vamos refletir também: se alguma mídia, por exemplo, invertesse sua programação e colocasse 80% de assuntos positivos e 20% de negativos, para onde iria sua audiência? Então, onde está o real problema, a real causa? E em nós também... quantos pontos positivos temos, mas em quais damos foco e valor? E nossos pensamentos? Qual a proporção entre positividade e negatividade?

Para explicar isso inicialmente vamos entender o que é a chamada “Sombra”, um dos conceitos mais importantes desenvolvidos por Carl Gustav Jung (Psiquiatra e Psicoterapeuta suíço que fundou a Psicologia Analítica). Esse estudo de Jung explica – dentre tantas outras coisas – o “fascínio” do ser humano pelo desastre, pelo negativo, pelo sensacionalismo, pelas tragédias...

Todos nós, seres humanos, trazemos do passado (e do antepassado) uma série de sentimentos negativos: crenças, emoções, frustrações, traumas, tristeza, raiva, medo; que vão formando uma “sombra emocional”, que busca crescer e se desenvolver. Todo esse cenário negativo e cruel que nosso consciente visualiza é o alimento que ele precisa. Portanto, essa atração que sentimos por coisas negativas é simplesmente esta “sombra” se alimentando e atuando dentro de nós, mas de forma inconsciente.

E aqui começa, querido leitor - de forma mais aprofundada - nossa reflexão de hoje. Muitos já se destacam orientando que nem tudo está perdido, nem tudo é desastre e que, ficar focando o negativo não vai resolver os problemas do mundo. Muitos até pedem para pararmos de assistir isso ou aquilo, para focarmos no desenvolvimento, no otimismo, etc. Sim! Estão certos! O que estas pessoas esquecem é que nosso cérebro não é bobo e não entende alguns comandos, palavras e orientações que são muito vendidos por aí e dessa forma tropeçam em seus persuasivos argumentos, que, ao médio e longo prazo, mostram sua poderosa ineficácia, pois o foco está sendo nas folhas e não nas raízes.

Não se iluda, só reverte esse ciclo o ser humano que tem a coragem de acessar suas sombras, mergulhando em si mesmo e colocando “ordem na casa”, na maravilhosa jornada do autoconhecimento, que é extremamente facilitado pela terapia. O que não serve, mas por algum motivo ainda permanece em nossa mente inconsciente, segundo a Psicologia Analítica de Jung, precisa ser esclarecido ou retirado. Entretanto, o ser humano tem medo de sua própria sombra, pois é lá que está tudo o que ele deseja esquecer ou negar. E autoconhecimento caminha exatamente no sentido contrário, pois nele ocorrem conscientização e transparência, pois essa é a dinâmica da vida, fruto - dentre outros motivos - do livre arbítrio, que garante o poder da escolha e, consequentemente, da evolução.

Quanto mais você se libertar, limpando sentimentos e emoções negativas acumuladas, menos sua mente se sentirá atraída por qualquer coisa que possa te fazer mal ou te influenciar negativamente e, consequentemente, muito melhor será sua qualidade de vida física e emocional, trazendo, logicamente, resultados transformadores na vida pessoal e profissional.

"Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamá-lo de destino." (Carl Gustav Jung).

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