ARTIGO

Diálogo social: imperativo!

Por José Osmir Bertazzoni | 08/02/2024 | Tempo de leitura: 2 min

A partir da década de 1970, testemunhamos a institucionalização do planejamento urbano, visando fomentar um desenvolvimento ordenado das cidades em meio ao processo de urbanização. A concepção e implementação de políticas públicas passaram a demandar uma visão prospectiva, dando origem à formulação de Planos Diretores de Desenvolvimento Integrado. Nesse contexto, movimentos sociais organizados, a partir de 1970, iniciaram debates sobre reformas urbanas, e a Constituição Federal de 1988 consagrou o Plano Diretor como instrumento essencial nas cidades (art. 182, § 1º).

O Plano Diretor, uma legislação municipal, requer a participação e discussão abrangente de todos os segmentos da sociedade para efetuar o planejamento e organizar o crescimento e funcionamento da cidade. Este plano, fundamentalmente composto por princípios e diretrizes orientadoras da atuação dos agentes públicos, é crucial para moldar o ambiente urbano.

No vasto território brasileiro, a definição do país está intrinsecamente ligada ao fortalecimento das cidades por meio de gestão e planejamento. O desenvolvimento efetivo requer diálogo social entre todos os atores que compõem os núcleos de ideias e pensamentos, pois não há progresso sem uma comunicação aberta, inclusiva e colaborativa.

Os cenários socioeconômicos de Piracicaba foram delineados em 20 temas, conforme o extinto Ipplap, abrangendo desde Agropecuária até Turismo. No entanto, ao analisarmos cada um desses grupos, torna-se evidente que nos últimos três anos da gestão de Luciano Almeida, observamos retrocessos significativos em áreas cruciais. A complexidade dessas questões dificulta a abordagem detalhada em vários artigos, mas isso não diminui nosso propósito de destacar questões sociais relevantes, especialmente diante da baixa eficácia da administração pública.

Vivemos três anos de inércia total na administração pública, uma paralisia de difícil reparação que implicará em considerável esforço por parte dos futuros gestores. Isso, somado à necessidade de reconstruir o diálogo social, que foi habilmente desarticulado, aumenta o desafio que se impõe.

O próximo prefeito terá a responsabilidade de restabelecer o diálogo, poupando a população das consequências da terceirização irresponsável em várias áreas administrativas, especialmente na saúde pública, zeladoria, saneamento básico, entre outros, nos quais muitos particulares não demonstram comprometimento com a qualidade dos serviços públicos.

Piracicaba demanda uma política austera e responsável, com foco nas questões sociais, especialmente priorizando o diálogo social como condição indispensável para qualquer avanço significativo.

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