ARTIGO

Traços de Caráter: o corpo fala (3-6)

Por Luiz Xavier |
| Tempo de leitura: 3 min

Continuando dentro do nosso tema que a Zenaide Cruz - terapeuta especializada em Leitura Corporal Sistêmica e também idealizadora e criadora do “Método Cruz” – hoje falaremos do Traço de Caráter Oral.

A origem do traço de caráter Oral é logo após o nascimento (em torno de uma semana após o pato). A essência desse traço de caráter são as necessidades básicas que não foram preenchidas tais como: ser cuidado, ser acolhido, trocar fralda, ser amamentado, ser nutrido no afeto, no carinho, na atenção, presença da mãe, etc. Essa criança pode não ter vivenciado uma simbiose saudável com a sua mãe; este bebê precisa sair do ventre da sua mãe e continuar próximo dela, pois passou nove meses sentindo tudo o que a mãe sentia, ele só conhece a mãe, seu cheiro, temperatura, voz, etc.

Quando a criança chora no berço, muitas vezes não é fome ou dor física, ela só quer a sua mãe, e ninguém vai cuidar dela, não é choro de manha, e sim choro de “eu preciso que alguém cuide de mim”. É como se ele dissesse “tem algo errado comigo, preciso de ajuda”.

No processo de crescimento, o indivíduo tende a passar a vida procurando por pessoas para substituir a mãe, seja lá quem for, marido, esposa, filho, amizades, colegas de trabalho, chefes, tanto faz, para que supra uma necessidade maternal faltante!

Abandono é sentimento típico do traço de caráter oral. A pessoa com este traço é uma eterna insatisfeita: pode-se dar tudo para um oral, mas nunca vai ser o suficiente, porque ele vai sempre achar que é pouco. É como se diz no popular: “é um saco sem fundo de afeto”, pois carrega um vazio no peito, uma sensação que falta alguma coisa, mas não sabe o que é. Pode se tornar um grande gastador, sempre vai precisar de mais e mais; pode se tornar um comprador compulsivo, consome tudo pela frente, come sem vontade, ama doces, mas é um eteno insatisfeito...

A forma corporal característica é arredondada, com uma musculatura flácida, largada, caída parece que o musculo não tem firmeza.

Neste traço, a dor característica da criança é o ABANDONO:

Pensar muito: pouco foco no sentir, acredita que os outros existem para cuidar das suas necessidades;

Sentir intenso: sente falta, raiva por não cuidar de mim;

Agir: espera que alguém o carregue como a um bebê, queixa-se, chora , lamenta e cobra atitude do outro;

Qualidade: comunicação, empatia, presença, contato e sensibilidade;

Linguagem: fala muito e ouve pouco, e há um tom de voz de lamento;

Profissão: terapeuta, cozinheiro, jornalista, línguas estrangeiras, palestrante, aconselhamento;

Dinheiro: quer receber, sem precisar fazer nada, sente que o dinheiro é semelhante ao leite materno, que é só pedir ou chorar que ganha. Acredita que se o outro tem dinheiro pode te dar;

Casamento: busca no cônjuge, a mãe ideal para suprir todas as suas necessidades básicas: “se você me ama, precisa adivinhar o que eu quero, você tem que cuidar de mim”;

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