TRAMITAÇÃO

Projeto que visa impedir Marcha da Maconha em Taubaté recebe pareceres contrários

Embora não haja nenhuma edição da marcha prevista para a cidade, vereador apresentou projeto para tentar impedir evento; texto é inconstitucional, segundo órgãos técnicos da Câmara

Por Sessão Extra | 09/01/2024 | Tempo de leitura: 2 min
Taubaté

Divulgação

Registro da Marcha da Maconha realizada em outubro de 2023 em São José dos Campos
Registro da Marcha da Maconha realizada em outubro de 2023 em São José dos Campos

Pareceres
Órgãos técnicos da Câmara de Taubaté emitiram parecer contrário ao projeto que visa proibir a realização da Marcha da Maconha no município ou de eventos "que façam apologia ao consumo de drogas ilícitas que causem dependência física e/ou psíquica".

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Projeto
O projeto foi apresentado em setembro de 2023 pelo vereador Paulo Miranda (MDB), que alega que "o que não se pode permitir é manifestações, como a denominada Marcha da Maconha, cujo objetivo não é discutir sobre a legalização ou não das drogas, e sim fazer clara apologia ao seu uso".

Procuradoria
Para a Procuradoria Legislativa, o projeto tem "inconstitucionalidade material, na medida em que viola direitos fundamentais do cidadão, tais como o direito de reunião e de livre manifestação".

Consultoria
A Consultoria Legislativa apontou que a Constituição Federal "assegura, respectivamente, a 'livre manifestação do pensamento' e a liberdade de reunião pacífica 'sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização'", e que "não cabe ao estado brasileiro, muito menos aos seus municípios, proibir qualquer tipo de manifestação, por força de determinação constitucional".

Tramitação
Os pareceres dos órgãos técnicos não impedem a tramitação do projeto, que passa agora por análise da Comissão de Justiça e Redação. Pela comissão, o único vereador a se posicionar até agora foi Marcelo Macedo (MDB), que emitiu parecer favorável. "É inegável que a liberdade de expressão é uma das grandes conquistas do regime democrático brasileiro. Todavia, ela também tem limites na sociedade democrática, principalmente quando atenta contra a ordem pública/jurídica", alegou o emedebista.

Comissão
Ainda pela comissão, faltam votar os vereadores Dentinho (União) e Talita Cadeirante (PSB). Caso haja maioria a favor do projeto, o texto poderá ser discutido em plenário. Do contrário, será arquivado.

São José
Em São José dos Campos, em setembro de 2023, a Câmara aprovou projeto semelhante do prefeito Anderson Farias (PSD), mas a Marcha da Maconha foi realizada na cidade em outubro, já que o STF (Supremo Tribunal Federal) liberou eventos dessa natureza em decisão de 2011.

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