Destacando Sua Santidade, o Papa Francisco: "Tantos massacres de inocentes no mundo: no ventre, na vida de tantas crianças cuja infância foi devastada pela guerra..."
Seguindo as tradições cristãs, o Papa Francisco proferiu dois discursos nesta época de Natal. Um durante a homilia da Missa da Véspera de Natal e outro durante a bênção "Urbi et Orbi" no Dia de Natal.
Na homilia na véspera de Natal, o Papa Francisco fez a seguinte reflexão: "Sim, Cristo não olha para números, mas para rostos. No meio das corridas frenéticas de um mundo sempre ocupado e indiferente, quem realmente o contempla? Em Belém, enquanto muitas pessoas, envolvidas pela euforia do censo, iam e vinham enchendo os albergues e pousadas e conversando sobre tudo, apenas alguns estavam próximos de Jesus: Maria e José, os pastores e, depois, os reis magos. Vamos aprender com eles. Mantenhamos nosso olhar fixo em Jesus, com o coração voltado para Ele. Não é preciso falar, mas sim adorar. Nesta noite, irmãos e irmãs, é hora de adoração."
"A adoração é a forma de acolher a encarnação, pois é no silêncio que Jesus, o Verbo do Pai, se faz carne em nossas vidas. Comportemo-nos como em Belém, a 'casa do pão'. Estejamos diante Dele, o Pão da Vida. Vamos redescobrir a adoração, pois adorar não é perder tempo, mas permitir que Deus habite em nosso tempo. É fazer florescer em nós a semente da encarnação, é colaborar com a obra do Senhor, que, como fermento, transforma o mundo. Adorar é interceder, reparar, permitir que Deus corrija a história. Como escreveu J.R.R Tolkien "Da escuridão da minha vida, tão frustrada, coloco diante de você a única grande coisa para se amar sobre a terra: o Santíssimo Sacramento. Nele você encontrará romance, glória, honra, fidelidade e o verdadeiro caminho de todos os seus amores sobre a terra... (Carta 43, março de 1941)”.
Nas palavras do Papa na Bênção "Urbi et Orbi": "Nas Escrituras, o Príncipe da Paz é combatido pelo 'Príncipe deste mundo' (Jo 12,31), que, semeando a morte, age contra o Senhor, 'que ama a vida' (Sb 11,26). Vemos isso em ação em Belém, quando, após o nascimento do Salvador, ocorre o massacre dos inocentes. Quantos massacres de pessoas inocentes no mundo: no ventre, nas rotas dos desesperados que procuram esperança, na vida de tantas crianças cuja infância foi devastada pela guerra. Essas crianças, cuja infância foi devastada pelas guerras, são os pequenos Jesus de hoje."
O que significam essas palavras de Francisco: que Jesus é o Príncipe da Paz (Isaías 9:6)? Na profecia de Isaías sobre a vinda do Messias, ele diz: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz" (Isaías 9:6).
Portanto, dizer "sim" ao Príncipe da Paz significa dizer "não" à guerra, e isso requer coragem - dizer "não" a todas as guerras, à própria lógica da guerra, um caminho sem meta, uma derrota sem vencedores, uma loucura sem desculpas. Para dizer "não" à guerra, é necessário dizer "não" às armas. Se o homem, cujo coração está instável e ferido, tiver instrumentos de morte em mãos, mais cedo ou mais tarde os usará.
Paz, saúde, alegria e esperança a todos os nossos leitores e amigos. Que sejam iluminados pelo amor de Cristo e firmes na esperança de que 2024 será um ano de muitas felicidades.
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