ARTIGO

Paz nos tempos atuais

Por André Salum | 01/12/2023 | Tempo de leitura: 3 min

O tema da paz parece-nos sempre oportuno, sobretudo nos tempos atuais, pois sem ela nenhuma conquista humana pode se sustentar. Condição fundamental para se realizar tudo o que é concebido no mundo das ideias, a paz se torna fator primordial para que se frua cada momento da vida. Na sua ausência a ansiedade, o medo e os conflitos dominam as paisagens tanto externas como interiores, transtornando as experiências de cada instante e atormentando quem se encontra destituído de serenidade interior.

Na fase crítica em que se encontra nosso planeta existe grande tensão psíquica acumulada e a falta de paz tem se tornado evidente nas ocorrências do cotidiano: em casa, no trabalho, no trânsito, nos relacionamentos e nas instituições, tornando cada vez mais importante a vigilância, a fim de se preservar o que tem valor para a vida, pois toda destruição é fácil e rápida, enquanto qualquer construção relevante faz-se laboriosa e lenta.

Para ser conquistar a paz, alguns pré-requisitos tornam-se necessários, dentre os quais: a busca do autoconhecimento; o correto cumprimento dos deveres; a consciência tranquila em relação ao que se pensa, fala e faz; o estabelecimento, na rotina diária, de momentos de silêncio e solitude; o exercício do serviço fraterno e altruísta.

A paz é conquista íntima, intransferível e inalienável, e pode ser sentida nas mais inusitadas situações da vida. Há relatos de voluntários servindo em locais em guerra, os quais, mesmo em meio a bombardeios e ameaças, permanecem serenos e capazes de auxiliar aqueles necessitados de ajuda. Essa atitude revela a imensa capacidade humana de superação e é evidência incontestável do quanto se pode colaborar com o bem comum, mesmo nas circunstâncias mais desfavoráveis.

Sempre podemos cooperar, a partir do interior harmonioso, com a pacificação do ambiente em que nos encontramos e de que somos parte. Se não podemos irradiar a plena energia de paz ao nosso redor, certamente podemos contribuir com a cota de serenidade que já somos capazes de cultivar e manter. Se nos é impossível apaziguar corações alheios em litígio, seguramente temos condições de aquietar em nós mesmos as desarmonias capazes de gerar e agravar conflitos em nossos relacionamentos e nos semelhantes. Se ainda carregamos conflitos e desajustes psíquicos, podemos, apesar disso, oferecer nosso melhor na obra do bem comum. Se não dispomos da palavra capaz de pôr fim às agressões que presenciamos, temos plena condição de, em silêncio e oração, contribuir com a paz. Se trazemos em nossa vida diária elementos perturbadores, temos a possibilidade de nos despojarmos de parte desse conteúdo indesejável, substituindo-o por outros, melhores e mais saudáveis. Se ainda não é possível reunir as condições ideais à tranquilidade, mais se torna necessário o cultivo da cooperação, do diálogo respeitoso e do entendimento fraterno.

Se as condições externas têm se mostrado cada vez mais desafiadoras, as possibilidades interiores nos acenam com imensos recursos disponíveis, graças aos quais podemos continuar nossa jornada existencial no cumprimento das tarefas que a vida nos apresenta. Segundo instruções que têm sido ofertadas à humanidade, nunca houve tantas oportunidades de se contar com ajudas de natureza espiritual que favorecem a conquista e a manutenção da paz. Portanto, cabe a cada um de nós reconhecê-las e utilizá-las em todas as situações, sobretudo nas mais difíceis, que somos chamados a enfrentar.

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