ARTIGO

O risco de demência aumenta com o tempo prolongado de sedentarismo, mesmo com exercícios

Por Rogério Cardoso | 27/11/2023 | Tempo de leitura: 2 min

Todos nós já sabemos do quão grave o sedentarismo pode ser para nossa saúde. Mas segundo este estudo publicado recentemente na Revista Cientifica  JAMA (Journal of the American Medical Association)  intitulado “Sedentary behavior and incidente dementia among older adults”  revela que pessoas que passam longas horas sentadas no trabalho e em casa têm um risco significativamente maior de desenvolver demência em comparação com aquelas que passam menos tempo sentadas, mesmo que você faça exercício para tentar equilibrar isso.

Os efeitos negativos do tempo prolongado sentado são tão fortes que mesmo aqueles que se exercitam regularmente enfrentam um risco maior se ficarem sentados por grande parte do dia, como no caso de pessoas que trabalham em escritório ou o dia todo sentado. O estudo, que envolveu 49.841 homens e mulheres com 60 anos ou mais  destaca como o tempo sentado pode afetar não apenas nossos corpos, mas também nossas mentes, sugerindo que o exercício por si só pode não ser suficiente para nos proteger.

Os perigos do sedentarismo são bem conhecidos por cientistas e pelo público em geral. Pesquisas anteriores mostraram que pessoas que passam grande parte do dia sentadas, seja no trabalho, durante o deslocamento como motoristas e caminhoneiros ou em casa, têm maior probabilidade de desenvolver doenças cardíacas, obesidade, diabetes e outras doenças, e morrem prematuramente em comparação com aquelas que se movimentam regularmente.

O estudo da Universidade do Sul da Califórnia utilizou medidas objetivas de sedentarismo, obtidas no UK Biobank, um grande centro de dados sobre a vida, saúde e mortes de centenas de milhares de britânicos.

Os resultados revelaram que se as pessoas permanecessem sentadas por pelo menos 10 horas por dia, o risco de desenvolver demência nos próximos sete anos era 8% maior do que se sentassem por menos de 10 horas. Esse risco aumentava ainda mais, atingindo um aumento de 63% para aqueles que passavam pelo menos 12 horas sentados.

Surpreendentemente, o estudo encontrou pouco benefício do exercício. Mesmo aqueles que se exercitavam regularmente, mas passavam 10 horas ou mais sentados, tinham um risco semelhante de demência em comparação com aqueles que não se exercitavam muito. O que vai na contramão do que imaginávamos que para equilibrar a balança, a pessoa deveria praticar pelo menos 150 minutos de exercício por semana seguindo as recomendações do American College of Sports Medicine.

“Sentar menos, se movimentar mais”. Essa é a mensagem que deve ser passada para toda a população. Isso serve para qualquer lugar do mundo, inclusive aqui no Brasil que tem até o momento segundo dados do IBGE 47% de pessoas que não praticam nenhuma hora de exercício por semana.

Você está entre os 53 ou 47%? Espero que entre os 53%! Até a próxima!

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