ARBORIZAÇÃO

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Urbanização deixa raízes frágeis e árvores mais susceptíveis à queda, diz engenheiro

Urbanização deixa raízes frágeis e árvores mais susceptíveis à queda, diz engenheiro

Espécies munguba, ipê roxo e tipuana são as mais vulneráveis à queda

Espécies munguba, ipê roxo e tipuana são as mais vulneráveis à queda

Por André Thieful | 21/11/2023 | Tempo de leitura: 2 min

Por André Thieful
21/11/2023 - Tempo de leitura: 2 min

Claudinho Coradini/JP

Temporais derrubaram cerca de 250 árvores em Piracicaba

Piracicaba enfrentou desde setembro pelo menos quatro episódios de tempestades que provocaram diversos estragos em toda a cidade. Um dos principais e mais frequentes é a queda de árvores. Pelo menos 250 delas caíram e provocaram danos em postes e na fiação com consequente falta de energia elétrica, estragos em veículos, interdição de ruas e outros. De acordo com o engenheiro florestal, Flávio Mendes, as estações primavera e verão são as que concentram esse tipo de problema. “Cerca de 80% ocorre nessa época, de mais chuvas e altas temperaturas, o que provocam as tempestades. Então, sim, (as árvores) acabam caindo e a questão é fazer a gestão adequada para que a gente minimize cada vez mais essa quantidade”, disse.

Mendes é mestre pela Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e tratou do assunto em sua dissertação de mestrado intitulada ‘Vulnerabilidade à queda de árvores por meio de simulações microclimáticas’. A pesquisa para a dissertação foi baseada em dados de Piracicaba fornecidos pelo Corpo de Bombeiros, Sedema (Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente) e Estação Meteorológica da Esalq. “O principal resultado foi a relação direta entre quedas e zonas urbanizadas que, em constantes alterações no uso do solo, acabam por danificar a sustentação (raízes) das árvores, fato justificado pela alta concentração de quedas na parte central (da cidade)”, aponta.

De acordo com o engenheiro florestal, Flávio Mendes, as árvores de porte grande tem, por consequência raízes mais extensas, fundamentais para mantê-las em pé. “As árvores precisam ter uma raiz boa, mais desenvolvida, principalmente quando tem chuva mais intensa e ventos fortes, então precisamos ter cuidado com elas, assim como qualquer outro mobiliário urbano, principalmente nessa época”, afirma.

A tese aponta que “isso se deve em função de condições estressantes para as plantas, como solo compactado, canteiros estreitos e danificações no sistema radicular, capaz de comprometer a sustentação”.

De acordo com o estudo, as espécies munguba, ipê roxo e tipuana são as mais vulneráveis à queda.

Mendes explica que para reduzir a queda de árvores na área urbana do município é preciso saber quais espécies existem no município e onde estão localizadas. “Gestão, (precisa) fazer um inventário das árvores na cidade e saber as condições de cada indivíduo e fazer a correta manutenção deles”, disse. Ele explica que rajadas de vento acima de 60 km/h a 70 km/h são preocupantes. “Mas pesquisas internacionais consideram que ventos acima de 20 km/h a 30 km/h já podem começar a provocar quedas, mas não tem um padrão, mas quanto maior for a velocidade do vento maior será a vulnerabilidade das árvores”, afirma.

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Piracicaba enfrentou desde setembro pelo menos quatro episódios de tempestades que provocaram diversos estragos em toda a cidade. Um dos principais e mais frequentes é a queda de árvores. Pelo menos 250 delas caíram e provocaram danos em postes e na fiação com consequente falta de energia elétrica, estragos em veículos, interdição de ruas e outros. De acordo com o engenheiro florestal, Flávio Mendes, as estações primavera e verão são as que concentram esse tipo de problema. “Cerca de 80% ocorre nessa época, de mais chuvas e altas temperaturas, o que provocam as tempestades. Então, sim, (as árvores) acabam caindo e a questão é fazer a gestão adequada para que a gente minimize cada vez mais essa quantidade”, disse.

Mendes é mestre pela Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e tratou do assunto em sua dissertação de mestrado intitulada ‘Vulnerabilidade à queda de árvores por meio de simulações microclimáticas’. A pesquisa para a dissertação foi baseada em dados de Piracicaba fornecidos pelo Corpo de Bombeiros, Sedema (Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente) e Estação Meteorológica da Esalq. “O principal resultado foi a relação direta entre quedas e zonas urbanizadas que, em constantes alterações no uso do solo, acabam por danificar a sustentação (raízes) das árvores, fato justificado pela alta concentração de quedas na parte central (da cidade)”, aponta.

De acordo com o engenheiro florestal, Flávio Mendes, as árvores de porte grande tem, por consequência raízes mais extensas, fundamentais para mantê-las em pé. “As árvores precisam ter uma raiz boa, mais desenvolvida, principalmente quando tem chuva mais intensa e ventos fortes, então precisamos ter cuidado com elas, assim como qualquer outro mobiliário urbano, principalmente nessa época”, afirma.

A tese aponta que “isso se deve em função de condições estressantes para as plantas, como solo compactado, canteiros estreitos e danificações no sistema radicular, capaz de comprometer a sustentação”.

De acordo com o estudo, as espécies munguba, ipê roxo e tipuana são as mais vulneráveis à queda.

Mendes explica que para reduzir a queda de árvores na área urbana do município é preciso saber quais espécies existem no município e onde estão localizadas. “Gestão, (precisa) fazer um inventário das árvores na cidade e saber as condições de cada indivíduo e fazer a correta manutenção deles”, disse. Ele explica que rajadas de vento acima de 60 km/h a 70 km/h são preocupantes. “Mas pesquisas internacionais consideram que ventos acima de 20 km/h a 30 km/h já podem começar a provocar quedas, mas não tem um padrão, mas quanto maior for a velocidade do vento maior será a vulnerabilidade das árvores”, afirma.

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