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LENDÁRIO
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Nhô Lica, o colecionador de pedras: conheça a história deste sonhador piracicabano
Nhô Lica, o colecionador de pedras: conheça a história deste sonhador piracicabano
Félix do Amaral Mello Bonilha é figura sempre presente nas histórias, lendas e festejos populares de Piracicaba
Félix do Amaral Mello Bonilha é figura sempre presente nas histórias, lendas e festejos populares de Piracicaba
Por Nani Camargo | 19/11/2023 | Tempo de leitura: 3 min
nani.camargo@jpjornal.com.br
Por Nani Camargo
nani.camargo@jpjornal.com.br
19/11/2023 - Tempo de leitura: 3 min
Claudinho Coradini/JP

Você conhece Félix do Amaral Mello Bonilha (1862-1954)? Ele traz consigo uma trajetória de vida que aquece o coração e enrique a história de Piracicaba. Não é à toa que a vida de Capitão Nhô Lica foi retratada em livros, resenhas e artigos.
“Nhô Lica foi um piracicabano ilustre, lendário. Um desequilibrado mental que, alienado do mundo dos mortais, construiu o seu próprio, de quimeras. Viveu nele e se imortalizou”, escreveu o professor aposentado da Esalq Francisco de Mello, o Chico Mello, autor de “O lendário Capitão Nhô Lica”. Chico tinha relação familiar com o “milionário de ilusões”, já que Nhô Lica morou em sua casa por um período. A escritora Ivana Negri também lançou um livro infantil contando a vida da personalidade.
Conhecido como o Colecionador de Pedras, é uma figura presente nos festejos de Piracicaba. Um sonhador que se achava milionário. Catava pedras nas ruas da cidade as guardava em seu armário. Acreditava ele serem brilhantes ou diamantes muito valiosos. Por isso, julgava ser um homem de muita riqueza.
Colunista do JP, Cecílio Elias Netto também falou muito de Nhô Lica em “A Província”. “Piracicaba, em tempos mais serenos, sempre teve os seus chamados tipos populares. Ainda devem existir por aí, embora invisíveis à insensibilidade de uma época. No entanto, nenhum foi – e nem será – mais amado e respeitado do que Nhô Lica. Era um sonhador adoravelmente tomado pela santa loucura”, disse Cecílio. As pedras de Nhô Lica eram guardadas no banco da cidade. Porque, afinal, nenhum funcionário ou gerente da instituição lhe tiraria o sonho de ser um milionário. “Vestia-se de terno completo e chapéu, usava bengalas. E apenas sonhava, o mais ousado de todos os nossos sonhadores. Ele era um garimpeiro de pedras preciosas à beira do rio. Catava alguns pedregulhos, examinava-os e, – tendo- -os como diamantes – guardava-os nos bolsos para depositá-los no Banco Commercial, onde o gerente, Gustavo Bueno, o recebia principescamente, colocando as pedras numa caixa especial. Nhô Lica dizia solenemente, ter saldado a dívida externa do Brasil. Também, um patriota”, escreveu Cecílio.
Ivana Negri escreveu livro de Nhô Lica para crianças
A Coleção Lendas de Piracicaba, da escritora Ivana Maria França de Negri, tem um livro sobre Nhô Lica.
Ivana diz que crianças nunca tinham ouvido falar da figura e, por isso, decidiu adaptar o antigo livro do professor da Esalq, Chico Mello, em uma linguagem infantil. “Escrever esse livrinho para crianças foi muito gratificante, saber que contribuí para que essa história não morresse. Lendas precisam ser contadas e recontadas sempre”, diz.
A escritora frisa que o Colecionar de Pedras era, sim, piracicabano - por muito tempo, houve uma dúvida sobre o local de seu nascimento, embora era sabido que toda a vida esteve em Piracicaba, seja na casa de Chico Mello, seja como morador do Lar dos Velhinhos. Segundo Ivana, uma escritora de São Pedro, Maria do Carmo Mendes de Souza, conseguiu encontrar a certidão de nascimento de Félix do Amaral Mello Bonilha: piracicabano da gema!
Nhô Lica era um homem generoso e amigo de todos. Amava Piracicaba. Há passagens que dão conta de que quando faltava açúcar no Lar dos Velhinhos, ele pegava suas pedras (ops! seus diamantes) e levava até Pedro Morganti, gigante do setor sucroalcooleiro de Piracicaba e dono da Usina de Monte Alegre. Ele “comprava” o produto refinado e Morganti, claro, gentilmente aceitava o pagamento e lhe fornecia o açúcar. “Nós podemos aprender muito com Nhô Lica, o milionário de ilusões. Somos ricos de quê? O que é um tesouro? Estamos aqui neste tempo e lugar pra quê? Se pararmos para refletir, veremos que a vida é mesmo uma ilusão, e só vale ouro de verdade, o que vai no nosso coração”, diz Ivana.
COLEÇÃO
As lendas presentes na coleção feita por Ivana Negri são estas: “Capitão Nhô Lica, o colecionador de pedras”, “A Lenda da Inhala Seca”, “A Lenda da Noiva da Colina”, “A Lenda da Cobrona na Catedral”ea mais recente, “A Lenda do Túmulo do Padre Galvão”. Vale a pena ler e reler.
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Você conhece Félix do Amaral Mello Bonilha (1862-1954)? Ele traz consigo uma trajetória de vida que aquece o coração e enrique a história de Piracicaba. Não é à toa que a vida de Capitão Nhô Lica foi retratada em livros, resenhas e artigos.
“Nhô Lica foi um piracicabano ilustre, lendário. Um desequilibrado mental que, alienado do mundo dos mortais, construiu o seu próprio, de quimeras. Viveu nele e se imortalizou”, escreveu o professor aposentado da Esalq Francisco de Mello, o Chico Mello, autor de “O lendário Capitão Nhô Lica”. Chico tinha relação familiar com o “milionário de ilusões”, já que Nhô Lica morou em sua casa por um período. A escritora Ivana Negri também lançou um livro infantil contando a vida da personalidade.
Conhecido como o Colecionador de Pedras, é uma figura presente nos festejos de Piracicaba. Um sonhador que se achava milionário. Catava pedras nas ruas da cidade as guardava em seu armário. Acreditava ele serem brilhantes ou diamantes muito valiosos. Por isso, julgava ser um homem de muita riqueza.
Colunista do JP, Cecílio Elias Netto também falou muito de Nhô Lica em “A Província”. “Piracicaba, em tempos mais serenos, sempre teve os seus chamados tipos populares. Ainda devem existir por aí, embora invisíveis à insensibilidade de uma época. No entanto, nenhum foi – e nem será – mais amado e respeitado do que Nhô Lica. Era um sonhador adoravelmente tomado pela santa loucura”, disse Cecílio. As pedras de Nhô Lica eram guardadas no banco da cidade. Porque, afinal, nenhum funcionário ou gerente da instituição lhe tiraria o sonho de ser um milionário. “Vestia-se de terno completo e chapéu, usava bengalas. E apenas sonhava, o mais ousado de todos os nossos sonhadores. Ele era um garimpeiro de pedras preciosas à beira do rio. Catava alguns pedregulhos, examinava-os e, – tendo- -os como diamantes – guardava-os nos bolsos para depositá-los no Banco Commercial, onde o gerente, Gustavo Bueno, o recebia principescamente, colocando as pedras numa caixa especial. Nhô Lica dizia solenemente, ter saldado a dívida externa do Brasil. Também, um patriota”, escreveu Cecílio.
Ivana Negri escreveu livro de Nhô Lica para crianças
A Coleção Lendas de Piracicaba, da escritora Ivana Maria França de Negri, tem um livro sobre Nhô Lica.
Ivana diz que crianças nunca tinham ouvido falar da figura e, por isso, decidiu adaptar o antigo livro do professor da Esalq, Chico Mello, em uma linguagem infantil. “Escrever esse livrinho para crianças foi muito gratificante, saber que contribuí para que essa história não morresse. Lendas precisam ser contadas e recontadas sempre”, diz.
A escritora frisa que o Colecionar de Pedras era, sim, piracicabano - por muito tempo, houve uma dúvida sobre o local de seu nascimento, embora era sabido que toda a vida esteve em Piracicaba, seja na casa de Chico Mello, seja como morador do Lar dos Velhinhos. Segundo Ivana, uma escritora de São Pedro, Maria do Carmo Mendes de Souza, conseguiu encontrar a certidão de nascimento de Félix do Amaral Mello Bonilha: piracicabano da gema!
Nhô Lica era um homem generoso e amigo de todos. Amava Piracicaba. Há passagens que dão conta de que quando faltava açúcar no Lar dos Velhinhos, ele pegava suas pedras (ops! seus diamantes) e levava até Pedro Morganti, gigante do setor sucroalcooleiro de Piracicaba e dono da Usina de Monte Alegre. Ele “comprava” o produto refinado e Morganti, claro, gentilmente aceitava o pagamento e lhe fornecia o açúcar. “Nós podemos aprender muito com Nhô Lica, o milionário de ilusões. Somos ricos de quê? O que é um tesouro? Estamos aqui neste tempo e lugar pra quê? Se pararmos para refletir, veremos que a vida é mesmo uma ilusão, e só vale ouro de verdade, o que vai no nosso coração”, diz Ivana.
COLEÇÃO
As lendas presentes na coleção feita por Ivana Negri são estas: “Capitão Nhô Lica, o colecionador de pedras”, “A Lenda da Inhala Seca”, “A Lenda da Noiva da Colina”, “A Lenda da Cobrona na Catedral”ea mais recente, “A Lenda do Túmulo do Padre Galvão”. Vale a pena ler e reler.
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