KUSTOM KULTURE

KUSTOM KULTURE

‘É um estilo de vida’: customização de veículos antigos é amor entre entusiastas

‘É um estilo de vida’: customização de veículos antigos é amor entre entusiastas

De motocicletas nada convencionais a veículos do início do século passado, customização é tida como forma de expressão entre praticantes

De motocicletas nada convencionais a veículos do início do século passado, customização é tida como forma de expressão entre praticantes

Por Roberto Gardinalli | 13/11/2023 | Tempo de leitura: 3 min
roberto.gardinallI@jpjornal.com.br

Por Roberto Gardinalli
roberto.gardinallI@jpjornal.com.br

13/11/2023 - Tempo de leitura: 3 min

Roberto Gardinalli/JP

Arthur Dorigan viajou com uma moto customizada até a Argentina: 'cheguei com uma moto nada original'

Veículos que remetem ao início do século 20, que apesar das diferenças, têm uma característica em comum: são todos customizados, ao gosto do dono. Vão de motos a carros com pinturas personalizadas, até peruas que parecem ter sofrido a ação do tempo, porém. Junto a isso, vem o estilo musical, que parte do clássico rock n’ roll até o heavy metal, até misturas do rock dos anos 1950 com o punk. Assim é a Kustom Kulture, movimento que tem como pilar principal a expressão através da personalização.

Surgida nos anos 1950, o nome por si só remete à personalização: a troca do C pela letra K, faz referência à customização. Com veículos, o conceito consiste em aplicar técnicas artísticas, com estilos de pintura nas latarias e mudanças mecânicas.

O movimento tem adeptos em todo o mundo. O piracicabano Fernando Noronha, de 50 anos, é um deles. O interesse dele vem desde a adolescência. Aos 15 anos de idade, junto com os amigos, via fotos de veículos antigos em revistas e se apaixonou pela customização. "E os carros antigos, na época, eram fáceis de comprar, porque eram abandonados, eram baratos. Então, a gente comprava sempre faltando algumas peças”, disse. Já com o gosto pela coisa, ele e os amigos passaram a participar de eventos, mas logo precisaram encontrar o próprio espaço.

“Eles meio que barravam porque eles queriam o carro original, e o nosso era todo modificado, chama muito a atenção”, contou. “Nesses eventos, os donos de carros clássicos acabavam não gostando porque o pessoal queria ver as loucuras que a gente fazia”, completou. Assim, surgiu o Kultura Kustom Piracicaba, grupo que reúne amantes da customização em eventos do tipo, e que ganhou proporções para além de Piracicaba. “Temos até o hino, que fala da cidade. A gente fazia encontros na Estação da Paulista, e ganhou muita força. O Kultura Kustom Piracicaba é conhecido nacional e internacionalmente”, contou Noronha. Nos encontros, além dos veículos, outros aspectos da cultura Kustom são apresentados ao público. “Como se chama Kultura Kustom, a gente colocou de tudo, carro, moto, bicicleta, tudo que seja customizável. Todos os nossos eventos tem show ao vivo, famílias, é muito legal”, completou.

Essa paixão chegou, também, ao Arthur Dorigan, de 30 anos. Ele se tornou fã de motos ainda criança. “Pedia para tirar foto em toda moto que via na rua. Meu avô e meu pai tinham moto, mas ninguém me incentivou”, comentou. A customização também entrou cedo na vida de Arthur. “Eu rabiscava meus tênis, guitarra, cadernos. Sempre fazia algo diferente É um jeito de se expressar”, disse. Saído dos tênis e da guitarra para o as motocicletas, a primeira customização foi em uma moto Honda Shadow 600, em 2017. “Peguei ela original e comecei a depenar o excesso”, disse. Entre as mudanças, adaptou para formatos com guidões maiores e menores e pinturas estilizadas. “Hoje ela está na quarta edição”, disse.

PAIXÃO
Basta conversar com os adeptos da Kustom Kulture para perceber que eles têm várias histórias de diferentes tipos de veículos. No caso de Noronha, até hoje, ele coleciona modelos de motocicletas, caminhonetes e carros ao estilo Rat Hod, com aspecto enferrujado. “Tenho uma Harley-Davidson com um pneu gigante na traseira, uma pick-up Rat Hod de 1946, um caminhão guincho com motor V8, tenho bastante coisa aqui”, contou.

Arthur também já teve vários modelos de motocicletas, mas mantém a primeira até hoje. E já percorreu longos caminhos. Em 2017, rodou mais de 5 mil quilômetros entre São Paulo e Ushuaia, cidade argentina localizada ao extremo sul do continente. “Fui com a mochila amarrada no pára-lama. A moto voltou toda arrebentada por conta de um acidente não tripulado”, disse. “Mas eu já estava acostumado, reergui e estou com ela até hoje. O mais gratificante foi chegar na placa do fim do mundo com uma moto nada original”, contou.

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Veículos que remetem ao início do século 20, que apesar das diferenças, têm uma característica em comum: são todos customizados, ao gosto do dono. Vão de motos a carros com pinturas personalizadas, até peruas que parecem ter sofrido a ação do tempo, porém. Junto a isso, vem o estilo musical, que parte do clássico rock n’ roll até o heavy metal, até misturas do rock dos anos 1950 com o punk. Assim é a Kustom Kulture, movimento que tem como pilar principal a expressão através da personalização.

Surgida nos anos 1950, o nome por si só remete à personalização: a troca do C pela letra K, faz referência à customização. Com veículos, o conceito consiste em aplicar técnicas artísticas, com estilos de pintura nas latarias e mudanças mecânicas.

O movimento tem adeptos em todo o mundo. O piracicabano Fernando Noronha, de 50 anos, é um deles. O interesse dele vem desde a adolescência. Aos 15 anos de idade, junto com os amigos, via fotos de veículos antigos em revistas e se apaixonou pela customização. "E os carros antigos, na época, eram fáceis de comprar, porque eram abandonados, eram baratos. Então, a gente comprava sempre faltando algumas peças”, disse. Já com o gosto pela coisa, ele e os amigos passaram a participar de eventos, mas logo precisaram encontrar o próprio espaço.

“Eles meio que barravam porque eles queriam o carro original, e o nosso era todo modificado, chama muito a atenção”, contou. “Nesses eventos, os donos de carros clássicos acabavam não gostando porque o pessoal queria ver as loucuras que a gente fazia”, completou. Assim, surgiu o Kultura Kustom Piracicaba, grupo que reúne amantes da customização em eventos do tipo, e que ganhou proporções para além de Piracicaba. “Temos até o hino, que fala da cidade. A gente fazia encontros na Estação da Paulista, e ganhou muita força. O Kultura Kustom Piracicaba é conhecido nacional e internacionalmente”, contou Noronha. Nos encontros, além dos veículos, outros aspectos da cultura Kustom são apresentados ao público. “Como se chama Kultura Kustom, a gente colocou de tudo, carro, moto, bicicleta, tudo que seja customizável. Todos os nossos eventos tem show ao vivo, famílias, é muito legal”, completou.

Essa paixão chegou, também, ao Arthur Dorigan, de 30 anos. Ele se tornou fã de motos ainda criança. “Pedia para tirar foto em toda moto que via na rua. Meu avô e meu pai tinham moto, mas ninguém me incentivou”, comentou. A customização também entrou cedo na vida de Arthur. “Eu rabiscava meus tênis, guitarra, cadernos. Sempre fazia algo diferente É um jeito de se expressar”, disse. Saído dos tênis e da guitarra para o as motocicletas, a primeira customização foi em uma moto Honda Shadow 600, em 2017. “Peguei ela original e comecei a depenar o excesso”, disse. Entre as mudanças, adaptou para formatos com guidões maiores e menores e pinturas estilizadas. “Hoje ela está na quarta edição”, disse.

PAIXÃO
Basta conversar com os adeptos da Kustom Kulture para perceber que eles têm várias histórias de diferentes tipos de veículos. No caso de Noronha, até hoje, ele coleciona modelos de motocicletas, caminhonetes e carros ao estilo Rat Hod, com aspecto enferrujado. “Tenho uma Harley-Davidson com um pneu gigante na traseira, uma pick-up Rat Hod de 1946, um caminhão guincho com motor V8, tenho bastante coisa aqui”, contou.

Arthur também já teve vários modelos de motocicletas, mas mantém a primeira até hoje. E já percorreu longos caminhos. Em 2017, rodou mais de 5 mil quilômetros entre São Paulo e Ushuaia, cidade argentina localizada ao extremo sul do continente. “Fui com a mochila amarrada no pára-lama. A moto voltou toda arrebentada por conta de um acidente não tripulado”, disse. “Mas eu já estava acostumado, reergui e estou com ela até hoje. O mais gratificante foi chegar na placa do fim do mundo com uma moto nada original”, contou.

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