O projeto de construção de quatro torres residenciais e um boulevard na área onde funcionou a Fábrica Boyes foi apresentado à imprensa na tarde desta sexta-feira (03) no auditório do Espaço Beira Rio. A apresentação contou com a participação dos diretores dos escritórios KT Arquitetura de Negócios e KTV Retail, responsáveis pela elaboração do empreendimento.

Para a realização da obra, seis dos treze prédios existentes no local serão demolidos. A ideia é recuperar toda a área e revitalizar os prédios tombados, que serão integrados ao conjunto que abrigará além das torres residenciais, um museu, estacionamento, e um pequeno comércio no local. A iniciativa sofre resistência de parte da população, justamente por ser em uma região tombada. O empreendimento, porém, foi autorizado pelo Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultura).  Por quase dois anos, o órgão avaliou os detalhes, solicitando ajustes, os quais foram incorporados na sua totalidade pela equipe técnica do projeto denominado Boulevard Boyes.

De acordo com o arquiteto Júlio Takano, CEO da KT Arquitetura de Negócios, presidente da KTV Retail As A Service e sócio-fundador da Varejo180, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do projeto do Boulevard Boyes, a região tombada será preservada. “Todos os edifícios que são parte integrante desse complexo foram analisados e desses treze edifícios, seis serão removidos para que todo os restantes, que têm valor histórico, possam ter percepção”, explicou.

Júlio Takano reforça que o Boulevard Boyes consiste na preservação e revitalização do patrimônio industrial e cultural por meio de novos usos que poderão ser usufruídos pela população piracicabana, com atividades de turismo, comércio, serviços e de lazer, além de oportunidades de moradia em diferentes padrões. “O projeto foi desenvolvido no sentido de preservar este singular remanescente industrial, integrante do patrimônio e da paisagem cultural dos piracicabanos”.

O arquiteto destaca pontos relevantes do projeto, tais como geração de 1.500 a 2.000 empregos diretos e indiretos permanentes. “Quando pronto, o empreendimento oferecerá à população para o livre acesso democrático de todas as classes sociais mais de 60% do terreno atual com vista para o principal ponto turístico de Piracicaba, seus elementos culturais e arquitetura preservada – criando um novo centro de cultura, museu, memória, história, lazer e proximidade com a comunidade local”.

Apesar de o projeto estar pronto, ainda não há data para o início das obras. “Falta passar por algumas secretarias de um projeto normal de aprovação dentro da prefeitura, então a gente não consegue estipular esse tempo, que vai depender da agilidade lá dentro. Hoje, não posso dar um prazo porque depende dessas aprovações, mas, terminando, vai se iniciar as obras, com certeza”, disse Adenir José Graciane, sócio-proprietário do empreendimento.