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PERSONALIDADE
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Morte de Romeu Ítalo Rípoli completa 40 anos: legado junto ao XV de Piracicaba
Morte de Romeu Ítalo Rípoli completa 40 anos: legado junto ao XV de Piracicaba
Dirigente carismático, Ripoli envolveu-se em diversas disputas com a Federação Paulista de Futebol. Criticava duramente juízes e dirigentes da FPF
Dirigente carismático, Ripoli envolveu-se em diversas disputas com a Federação Paulista de Futebol. Criticava duramente juízes e dirigentes da FPF
Álbum de família

Neste último sábado, dia 28 de outubro, 40 anos atrás, Piracicaba perdia uma de suas principais personalidades na área esportiva e política. Naquele mesmo dia, também ficava órfão o Esporte Clube XV Novembro. Vítima de câncer no pulmão, Romeu Ítalo Ripoli faleceu pouco antes de seu 67º aniversário e do XV de Piracicaba sagrar-se campeão da segunda divisão, voltando à elite do futebol paulista. "Há algum tempo, andei contando coisas que vi e vivi ao lado de Romeu Italo Rípoli, uma das mais fascinantes personalidades piracicabanas nas últimas décadas. Polêmico, controvertido, amado e odiado, Rípoli tornou-se símbolo da saga do XV de Novembro. Ele e o Nhô Quim pareciam uma só entidade. Falar em um era pensar no outro", escreveu Cecílio Elias Netto em 2006, quando iniciou a série "Ripolianas" no jornal A Província. Cecílio era amigo e confidente do então presidente do clube.
Romeu Ítalo Rípoli, conhecido como "Flecha de Ouro", nasceu em Piracicaba no dia 21 de novembro de 1916. Filho de humildes imigrantes italianos Caetano Ripoli e Maria Viccini Ripoli, se formou em 1940 na Esalq.
Foi vereador de Piracicaba nos mandatos de 1948 a 1951; 1952 a 1955; 1956 a 1959 e 1969 a 1972. Como presidente do XV, esteve à frente do clube durante 17 anos, em dois períodos: 1959-1966 e 1973-1983. "Em 1964, levou o XV em excursão pela Europa e pela Ásia. Naquela época, o Brasil já era bicampeão mundial e apenas o Santos e o Botafogo faziam esse tipo de viagem. O time jogou na Suécia, na Polônia, na Alemanha, na Dinamarca e, no auge da Guerra Fria, nas então repúblicas soviéticas da Rússia, Moldávia, Ucrânia, Cazaquistão e Uzbequistão. Em 1976, o XV foi vice-campeão do Campeonato Paulista de Futebol, maior título do time até a presente data e o primeiro clube do interior paulista a atingir tal classificação. Nesse mesmo ano, extremamente popular, Ripoli foi candidato a prefeito", conta com orgulho o neto Marco Lorenzzo Cunali Ripoli, que é empresário.
Dirigente carismático, Ripoli envolveu-se em diversas disputas com a Federação Paulista de Futebol. Criticava duramente juízes e dirigentes da FPF. Foi, também, o primeiro presidente do interior da federação. Uma curiosidade: foi Fortunato Losso Netto - que comandou o Jornal de Piracicaba até 1985 - quem sugeriu o nome de Ripoli para assumir a presidência do XV.
Na série "Ripolianas", Cecílio conta quando Rípoli quis contratar Rivelino. O jornalista relata que Rípoli "lambeu a palha do cigarrinho, deu o nó final, acendeu" e informou que o craque do Corinthians iria vestir a camisa alvinegra do Nhô Quim. "A mentira era tão grande, mas tão grande que ninguém duvidou. E, durante um mês, o XV e Rípoli ocuparam espaços e tempo enormes nos meios de comunicação brasileiros (...) O Corinthians aumentou o preço do passe de Rivelino e Rípoli, com cara de santo, alegava que a diretoria corintiana estava fazendo jogo sujo com o XV, leiloando Rivelino - que acabou indo para o Fluminense. E Rípoli nunca confirmou ter sido blefe e mentira a oferta por Rivelino”, contou Cecílio.
Familiares falam da personalidade forte de Rípoli
Romeu Italo Rípoli é o orgulho da família. Com a esposa Bella Rípoli teve dois filhos, Betth e Caetano. Também teve mais dois filhos em outros relacionamentos, Édson e Roberto. Um dos netos, Marco Lorenzzo Cunali Ripoli, contou ao JP como lembra do avô: "Me recordo de suas brigas dentro de campo, com o cigarro de palha na mão, quando o XV de alguma forma era injustiçado pela arbitragem. Seus sonhos não cabiam dentro da realidade e muitas vezes incomodavam adversários na política e no esporte", disse.
A filha Betth também se emocioma. "Ele me dizia: Bethinha, pouco se importe com o que falam de você e sim quem fala de você. Ao se deitar, reflita sobre o seu dia e perceba onde pode melhorar. Aja sempre com lisura, nunca chegue atrasada aos compromissos e se combinar algo com alguém, cumpra. Se não puder cumprir, se justifique. E aprenda a poupar. Se ganhar 10 guarde 1, se ganhar 100 guarde 10. Só conseguirá ter sua independência se gerir seu dinheiro”.
Cecílio Elias Netto, colunista do JP, conheceu Rípoli em 1961. Ficaram melhores amigos. "Diante de Rípoli, não havia meio termo: ou se gostava dele ou se detestava. De repente, quem gostava passava a detestar; quem detestava começava a gostar. Com a possibilidade de tudo se inverter. E nem a morte conseguiu separar uma amizade que, ainda hoje, me faz falta", escreveu em uma de suas inúmeras públicações sobre o ex-presidente do XV de Piracicaba.
Em artigo publicado semana passada no JP, o neto conta que nos anos 40, o avô coordenou a construção das arquibancadas do estádio do XV. Em 50, Rípoli lançou no mercado imobiliário de Piracicaba um dos primeiros bairros tipicamente residenciais de alto padrão do interior de São Paulo. "Ele também fundou uma pequena empresa de montagem de aparelhos de TV, a SOBRATEL, com intuito de competir com as importadas. Com recursos próprios instalou uma torre de TV na cidade, para retransmitir os programas da TV Tupi. Foi a primeira retransmissora de canal televisivo da América Latina", escreveu o empresário.
Em 1954, montou uma comissão para construir o ginásio coberto "Waldemar Blatkauskas". “Por onde quer que eu vá ainda escuto relatos de sua história”, finaliza Marco.
Neste último sábado, dia 28 de outubro, 40 anos atrás, Piracicaba perdia uma de suas principais personalidades na área esportiva e política. Naquele mesmo dia, também ficava órfão o Esporte Clube XV Novembro. Vítima de câncer no pulmão, Romeu Ítalo Ripoli faleceu pouco antes de seu 67º aniversário e do XV de Piracicaba sagrar-se campeão da segunda divisão, voltando à elite do futebol paulista. "Há algum tempo, andei contando coisas que vi e vivi ao lado de Romeu Italo Rípoli, uma das mais fascinantes personalidades piracicabanas nas últimas décadas. Polêmico, controvertido, amado e odiado, Rípoli tornou-se símbolo da saga do XV de Novembro. Ele e o Nhô Quim pareciam uma só entidade. Falar em um era pensar no outro", escreveu Cecílio Elias Netto em 2006, quando iniciou a série "Ripolianas" no jornal A Província. Cecílio era amigo e confidente do então presidente do clube.
Romeu Ítalo Rípoli, conhecido como "Flecha de Ouro", nasceu em Piracicaba no dia 21 de novembro de 1916. Filho de humildes imigrantes italianos Caetano Ripoli e Maria Viccini Ripoli, se formou em 1940 na Esalq.
Foi vereador de Piracicaba nos mandatos de 1948 a 1951; 1952 a 1955; 1956 a 1959 e 1969 a 1972. Como presidente do XV, esteve à frente do clube durante 17 anos, em dois períodos: 1959-1966 e 1973-1983. "Em 1964, levou o XV em excursão pela Europa e pela Ásia. Naquela época, o Brasil já era bicampeão mundial e apenas o Santos e o Botafogo faziam esse tipo de viagem. O time jogou na Suécia, na Polônia, na Alemanha, na Dinamarca e, no auge da Guerra Fria, nas então repúblicas soviéticas da Rússia, Moldávia, Ucrânia, Cazaquistão e Uzbequistão. Em 1976, o XV foi vice-campeão do Campeonato Paulista de Futebol, maior título do time até a presente data e o primeiro clube do interior paulista a atingir tal classificação. Nesse mesmo ano, extremamente popular, Ripoli foi candidato a prefeito", conta com orgulho o neto Marco Lorenzzo Cunali Ripoli, que é empresário.
Dirigente carismático, Ripoli envolveu-se em diversas disputas com a Federação Paulista de Futebol. Criticava duramente juízes e dirigentes da FPF. Foi, também, o primeiro presidente do interior da federação. Uma curiosidade: foi Fortunato Losso Netto - que comandou o Jornal de Piracicaba até 1985 - quem sugeriu o nome de Ripoli para assumir a presidência do XV.
Na série "Ripolianas", Cecílio conta quando Rípoli quis contratar Rivelino. O jornalista relata que Rípoli "lambeu a palha do cigarrinho, deu o nó final, acendeu" e informou que o craque do Corinthians iria vestir a camisa alvinegra do Nhô Quim. "A mentira era tão grande, mas tão grande que ninguém duvidou. E, durante um mês, o XV e Rípoli ocuparam espaços e tempo enormes nos meios de comunicação brasileiros (...) O Corinthians aumentou o preço do passe de Rivelino e Rípoli, com cara de santo, alegava que a diretoria corintiana estava fazendo jogo sujo com o XV, leiloando Rivelino - que acabou indo para o Fluminense. E Rípoli nunca confirmou ter sido blefe e mentira a oferta por Rivelino”, contou Cecílio.
Familiares falam da personalidade forte de Rípoli
Romeu Italo Rípoli é o orgulho da família. Com a esposa Bella Rípoli teve dois filhos, Betth e Caetano. Também teve mais dois filhos em outros relacionamentos, Édson e Roberto. Um dos netos, Marco Lorenzzo Cunali Ripoli, contou ao JP como lembra do avô: "Me recordo de suas brigas dentro de campo, com o cigarro de palha na mão, quando o XV de alguma forma era injustiçado pela arbitragem. Seus sonhos não cabiam dentro da realidade e muitas vezes incomodavam adversários na política e no esporte", disse.
A filha Betth também se emocioma. "Ele me dizia: Bethinha, pouco se importe com o que falam de você e sim quem fala de você. Ao se deitar, reflita sobre o seu dia e perceba onde pode melhorar. Aja sempre com lisura, nunca chegue atrasada aos compromissos e se combinar algo com alguém, cumpra. Se não puder cumprir, se justifique. E aprenda a poupar. Se ganhar 10 guarde 1, se ganhar 100 guarde 10. Só conseguirá ter sua independência se gerir seu dinheiro”.
Cecílio Elias Netto, colunista do JP, conheceu Rípoli em 1961. Ficaram melhores amigos. "Diante de Rípoli, não havia meio termo: ou se gostava dele ou se detestava. De repente, quem gostava passava a detestar; quem detestava começava a gostar. Com a possibilidade de tudo se inverter. E nem a morte conseguiu separar uma amizade que, ainda hoje, me faz falta", escreveu em uma de suas inúmeras públicações sobre o ex-presidente do XV de Piracicaba.
Em artigo publicado semana passada no JP, o neto conta que nos anos 40, o avô coordenou a construção das arquibancadas do estádio do XV. Em 50, Rípoli lançou no mercado imobiliário de Piracicaba um dos primeiros bairros tipicamente residenciais de alto padrão do interior de São Paulo. "Ele também fundou uma pequena empresa de montagem de aparelhos de TV, a SOBRATEL, com intuito de competir com as importadas. Com recursos próprios instalou uma torre de TV na cidade, para retransmitir os programas da TV Tupi. Foi a primeira retransmissora de canal televisivo da América Latina", escreveu o empresário.
Em 1954, montou uma comissão para construir o ginásio coberto "Waldemar Blatkauskas". “Por onde quer que eu vá ainda escuto relatos de sua história”, finaliza Marco.
TV

Vazão sobe e Rio Piracicaba Piracicaba entra em estado de atenção.

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