Os crescentes conflitos sociais, as explosões de violência e as guerras são tristes capítulos acrescidos à história da humanidade, escritos com sangue e lágrimas. Ao se considerar a nossa história, torna-se fácil perceber o quanto a brutalidade e a barbárie ainda gritam em nós, mesmo que momentânea e circunstancialmente disfarçados sob o verniz das convenções sociais.
Conflitos externos têm sua nascente no íntimo de seres humanos perturbados pela ausência de paz interior, pelos transtornos psicológicos, pela perda de sentido existencial, pela crise de valores e pela desagregação das relações interpessoais.
Sob uma visão holística, todo e qualquer pensamento ou intenção, palavra ou ação de teor destrutivo gera energias correspondentes, as quais se acumulam no ambiente até alcançarem um ponto de saturação, quando eclodem os acontecimentos externos destruidores que lhes dão vazão.
As guerras entre as nações expressam a soma de agressividade, intolerância e ódio, aliados ao egoísmo, à ambição e ao orgulho de milhões de seres ignorantes do sentido da vida. Todos somos, portanto, corresponsáveis pelo que sucede no mundo e, a partir de uma tomada de consciência da situação planetária e de nosso papel no cenário mundial, podemos contribuir para melhorar a situação.
Em períodos de crise como o atual, torna-se especialmente valioso abster-se de qualquer manifestação contrária à concórdia e à paz, reconhecendo no silêncio e na oração valiosos recursos de pacificação e cura.
Nunca a prática dos ensinamentos espirituais fez tanta falta como atualmente, indispensável ao equilíbrio interior no enfrentamento dos crescentes desafios mundiais. Cultivar e fortalecer a fé é fator de sanidade psíquica e de sustentação interior, a fim de que possamos perseverar no serviço ao nosso alcance em benefício dos irmãos de jornada.
Sabe-se que estamos em fase de purificação planetária, a qual envolve todos os seres que habitam a Terra. Conforme a metáfora evangélica, encontramo-nos no período de separação do joio e do trigo, ou seja, no descarte de tudo o que atrapalhe a expressão de nossa natureza divina, não apenas externamente, mas principalmente do nosso interior. Cada pensamento antagônico, atitude de intolerância, comentário agressivo ou crítica desnecessária representa mais energias destrutivas a se acumularem no mundo já saturado delas.
Portanto, uma das formas mais efetivas de ajudarmos o planeta e seus habitantes nesta fase tão delicada e complexa é nos abstermos de alimentar, direta ou indiretamente, qualquer forma de conflito, seja de que natureza for: religioso, político, social. Essa atitude, aparentemente simples, parece-nos de grande importância no controle dos impulsos destrutivos que emergem do nosso interior.
Outra forma de ajuda que consideramos importante é pelo exercício do desapego, através do qual procuramos não nos envolver emocionalmente com situações externamente conflituosas, pois não conhecemos em profundidade as causas dos fenômenos que presenciamos nem lhes alcançamos as consequências.
A paciência reveste-se de especial importância na fase atual, e aguardar os tempos novos, enquanto cooperamos com irradiações e ações benéficas, parece-nos a melhor forma de atravessarmos os tempestuosos e desafiadores tempos atuais. Que colaboremos nesse processo com fé e espírito de serviço, a fim de que possamos celebrar, em futuro próximo, a vitória definitiva do amor, a expressão pura da fraternidade e o estabelecimento pleno da paz entre todos os seres.
--------------
Os artigos publicados no Jornal de Piracicaba não refletem, necessariamente, a opinião do veículo. Os textos são de responsabilidade de seus respectivos autores.