Nas cidades médias e grandes a mobilidade desponta como um imenso desafio. No geral o passageiro paga muito caro para viajar com insegurança e muito desconforto. A questão da mobilidade destaca-se como um dos problemas mais delicados das cidades brasileiras. Falando especificamente sobre o sistema de ônibus é possível se destacar os pontos mais críticos, que precisam ser urgentemente superados: alto custo, ineficiência, inacessibilidade, desconforto, insegurança e a poluição ambiental. Em diversas realidades, a mobilidade é um verdadeiro pesadelo, que consome horas de uma rotina diária de trabalho já muito puxada e exaustiva, interferindo na qualidade de vida das pessoas.
Para enfrentar e superar esses e outros pontos críticos é fundamental avançar para uma nova concepção de mobilidade urbana. Primeiramente é preciso enfatizar, sobretudo, que a mobilidade é um direito, que deve ser garantido para todos. Para que a cidade, com seus diversos espaços e serviços, seja acessada, de maneira democrática, torna-se central um sistema de transporte público gratuito, eficiente e de qualidade, contemplando e integrando uma pluralidade de modalidades de transporte. O caminho passa pela articulação e integração de novos modais, em uma estrutura que permita a conexão entre ônibus, metrô, trem, bicicletas, pedestres, patinetes, carros compartilhados e outras possibilidades criativas de locomoção.
O transporte coletivo deve ser seguro, eficiente, confortável, iluminado, limpo, ecológico, com conectividade, de maneira a integrar, com agilidade, todos os pontos da cidade. As pessoas precisam conseguir chegar nos lugares que desejam, para poderem, inclusive, utilizar e consumir, movimentando a cidade e sua economia. É evidente que a mobilidade urbana ultrapassa a questão do ônibus. Uma cidade dinâmica e ampla não pode estar presa a uma única modalidade de transporte.
Tarifa zero, com a criação do Sistema Único de Mobilidade (SUM)! Já tramita na Câmara dos Deputados a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 25) que assegura a isenção de tarifa no transporte público em todo o país. A medida apresentada pela deputada federal Luiza Erundina busca garantir um sistema de transporte coletivo universal de qualidade e sem cobrança para o usuário. O transporte público com tarifa zero já é uma realidade efetivamente praticada em diversas cidades pelo mundo, inclusive em cidades no Brasil.
Aqui é preciso se avançar também para uma perspectiva de sustentabilidade ambiental, com a implementação de um sistema de transporte não poluente, com ônibus movidos por combustíveis sustentáveis: biodiesel ou eletricidade. É urgente abrir espaço também para ciclovias e ciclofaixas, remodelando a cidade e repensando a forma saudável de se viver. A mobilidade é um direito fundamental, que deve ser debatido, concretizado e garantido, avançando para uma concepção coletiva de cidade feliz, democrática e sustentável.
A implantação do Terminal Central de Integração, ocorrida há mais de 30 anos, sob a gestão do prefeito José Machado, com o secretário municipal de transporte Eduardo Gianetti, demarcou uma importante revolução no transporte público em Piracicaba. É preciso agora novas perspectivas para a mobilidade, sem onerar a população, com tarifa zero e ônibus ecológico, movido por eletricidade ou biodiesel, combustíveis não poluentes. Como referência da nova região metropolitana do Estado, Piracicaba tem urgência em inovar, a partir de uma outra revolução em seu sistema de transporte, alavancando desenvolvimento local e regional e assegurando o direito à cidade.
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