Piracicaba, minha gente, prestem atenção! Estamos distantes do conflito armado que está ceifando vidas em uma região no Oriente Médio, situada na interseção do continente asiático com a Europa e a África. A história desse lugar é manchada por uma longa lista de conflitos que ocorreram em seu território, abrangendo países como Afeganistão, Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria e Turquia, onde vivem aproximadamente 270 milhões de pessoas, em uma área de cerca de 7.200.000 quilômetros quadrados.
Nesta semana, fomos surpreendidos pelos ataques do grupo Hamas, conforme amplamente divulgado pela televisão e redes sociais. Ficamos sabendo que em um festival ao ar livre, na fronteira entre Gaza e Israel, que deveria celebrar o feriado judaico de Sucot, uma das festas religiosas mais importantes para a comunidade judaica, a situação se transformou em um massacre. Dezenas de corpos foram encontrados sem vida no solo sagrado, incluindo muitos estrangeiros.
A religião desempenhou um papel central na origem e na continuação desse conflito. A Terra Prometida é de importância crucial para os judeus, parte de sua história sagrada, enquanto para os palestinos, a região também possui grande significado religioso e cultural. Esse choque de crenças religiosas tornou a questão ainda mais complexa, com ambas as partes reivindicando direitos sobre o mesmo território com base em suas convicções espirituais.
A criação do Estado de Israel em 1948 marcou um ponto crucial nesse conflito. A busca dos judeus por um Estado independente após o Holocausto e a histórica perseguição desencadearam uma série de tensões e hostilidades com os palestinos, que se sentiram prejudicados e deslocados por essa política. A própria formação de Israel foi marcada por guerras e grandes deslocamentos de populações, alimentando a sensação de injustiça entre os palestinos.
É chegada a hora de rompermos com esse ciclo vicioso de derramamento de sangue, ódio e polarização. Israel precisa ver suas legítimas necessidades de segurança atendidas, enquanto os palestinos devem vislumbrar uma perspectiva clara para a criação de seu próprio Estado. O Secretário-Geral da ONU, Antônio Guterres, afirmou que "apenas uma paz negociada, que satisfaça as aspirações nacionais legítimas tanto dos palestinos quanto dos israelenses, com a visão de longo prazo de uma solução de dois Estados, pode trazer estabilidade duradoura ao povo desta região e do Oriente Médio".
Neste momento, a diplomacia brasileira está empenhada na retirada pacífica de muitos cidadãos nacionais que se encontram na região de conflito, seja em Israel ou na Faixa de Gaza. O objetivo do governo é assegurar a segurança e acolher aqueles que estão deslocados no meio deste conflito internacional. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva manifestou veementemente seu repúdio ao massacre ocorrido e agiu imediatamente, mobilizando a Força Aérea Brasileira para disponibilizar as condições e meios seguros necessários para repatriar os brasileiros e seus familiares que residem na região.
Não seria justo afirmar que o governo brasileiro permaneceu em silêncio em relação ao conflito e não condenou a ação do Hamas. Pelo contrário, agiu em conformidade com as diretrizes da diplomacia brasileira, garantindo à Força Aérea as condições necessárias para realizar uma ação de transporte aéreo seguro que permita a retirada dos brasileiros expostos neste conflito.
--------------
Os artigos publicados no Jornal de Piracicaba não refletem, necessariamente, a opinião do veículo. Os textos são de responsabilidade de seus respectivos autores.
Comentários
1 Comentários
-
RAFAEL 11/10/2023Passando pano para o governo que ainda não declarou terrorista o Hamas... porque será???