ARTIGO

O ciúme integra o conceito de amor?

Por Luiz Xavier | 13/09/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Provocar ciúme pode ser uma forma de dominar o outro emocionalmente. Dando sequência sobre o tema Ciúmes, apresentamos mais uma reflexão feita pelo terapeuta, educador e especialista em Meditação e Resiliência Emocional, Saulo Fong. Acompanhem:

“O ciúme é um sentimento que está presente na maioria dos relacionamentos afetivos. Ele traz consigo um conjunto de sensações, pensamentos e emoções que estão relacionados à insegurança, possessividade e à crença de que o amor só pode ser direcionado a uma única pessoa. É a causa de muitos conflitos entre casais e traz transtornos para quem o sente e para quem é alvo da pessoa enciumada. A pessoa que sente ciúme age como se pudesse controlar o(a) parceiro(a), faz cobranças, exigências e até mesmo realiza chantagens emocionais. Quem já sentiu ciúme ou foi alvo de uma pessoa ciumenta sabe muito bem o desconforto que ele acarreta.

Há pessoas que também gostam de causar ciúme na parceria, pois acreditam que esse sentimento faça parte do seu próprio conceito de amor; ou pensam que dessa forma conseguem ter um certo domínio emocional sobre o(a) parceiro(a).

A melhor forma de lidar com o próprio sentimento de ciúme é tomar consciência das sensações físicas e dos pensamentos ligados ao que você chama de ciúme. Desenvolver a autoestima, respeitar a individualidade de cada um e enfrentar o fato de que nenhuma pessoa é posse ou objeto de sua conquista é essencial para lidar e deixar para trás esse sentimento. Relacionamentos onde não há presença do ciúme ou onde ambos sabem lidar com esse sentimento de forma saudável são pautados pela harmonia, plenitude e satisfação de todos os envolvidos.

Caso a pessoa não aprenda a lidar com esse sentimento de forma harmônica, ela corre o risco de se perder nas diversas emoções causadas pelo ciúme, podendo mais tarde se arrepender de suas atitudes. A busca de uma ajuda profissional pode ser de grande valia nos casos onde a pessoa não sabe lidar com tal sentimento sozinho(a).

Algumas dicas para lidar com o ciúme: tomar consciência das sensações físicas e dos pensamentos ligados ao que você chama de ciúme; desenvolver sua autoestima, afinal se a pessoa te escolheu é por que ela conheceu o seu real valor e suas qualidades (busque identificá-las); respeitar a individualidade da sua parceria, ela tem uma vida própria independente do relacionamento com você: amigos, colegas de trabalho, de faculdade; a pessoa amada não é um objeto seu, mas uma companheira, uma aliada percebê-la dessa forma lhe ajudará a se libertar desse sentimento; procurar se controlar e não agir por impulso movido pelo ciúme num comportamento obsessivo de tentar controlar a vida do outro. Além de desgastar o relacionamento, você poderá se arrepender mais tarde; caso não consiga lidar com essas questões sozinho(a), é recomendável buscar ajuda terapêutica”.

“A maioria das pessoas resolve bem as questões práticas da vida, mas não consegue ficar sozinha. Reeditando a mesma forma primária de vínculo com a mãe, o antigo medo infantil de ser abandonado reaparece. O ciúme envolve uma espécie de ansiedade de abandono. Para superar os crescentes sentimentos de impotência, o ciumento se esforça por sufocar o outro. Seus interrogatórios e pedidos de garantia de fidelidade fazem parte das tentativas de controle.

O ciúme, independente da forma como se apresente — discreto ou exagerado — é sempre tirano e limitador. Não só para quem ele é dirigido, mas também para quem o sente (Regina Navarro).”

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