RUMO AO MUNDIAL

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Piracicabano é convocado para a Seleção Brasileira de Futsal Sub-18 para surdos

Piracicabano é convocado para a Seleção Brasileira de Futsal Sub-18 para surdos

Rainer Alisson Barbosa, de 17 anos, quase desistiu do esporte; apoio recebido na escola e da família foi fundamental

Rainer Alisson Barbosa, de 17 anos, quase desistiu do esporte; apoio recebido na escola e da família foi fundamental

Por Roberto Gardinalli | 03/09/2023 | Tempo de leitura: 3 min
roberto.gardinalli@jpjornal

Por Roberto Gardinalli
roberto.gardinalli@jpjornal

03/09/2023 - Tempo de leitura: 3 min

Claudinho Coradini/JP

O clima foi de festa na saída da aula na última terça-feira (29), na Escola Estadual Barão do Rio Branco, em Piracicaba. Os alunos da escola não esconderam a alegria quando descobriram que o jovem Rainer Alisson de Moura Barbosa, de 17 anos, foi convocado para representar o Brasil na primeira edição dos Jogos Olímpicos dos Jovens Surdos (World Deaf Young Games, em inglês), na seleção brasileira de futsal sub-18. O campeonato acontece em janeiro de 2024, em São Paulo. Os jogos são realizados pelo Comitê Internacional de Esportes para os Surdos.

A carta da CBDS (Confederação Brasileira de Desportos de Surdos) chegou para Rainer na tarde de terça-feira e, desde então, o jovem atleta, que sonha em competir, não consegue esconder a alegria de participar de um campeonato mundial. “O futebol é muito importante para mim. Quando eu era criança, eu ficava maravilhado vendo os jogadores, sempre assistia e ficava pensando que eu queria treinar e ser jogador de futebol, e eu sonhava com isso”, disse o jogador. “A minha família ficou muito feliz, estão orgulhosos de mim. Eles me incentivaram sempre. Eu chorava de felicidade porque eu não acreditava que eu ia passar”, completou.

Mas o sucesso de Rainer no esporte ainda esbarra na dificuldade de comunicação e integração com outros jogadores em escolinhas de futebol por onde passou. Isso fez com que o jovem desistisse, por um momento, de jogar bola. “Quando eu era criança fui numa escola de futebol, e não tinha intérprete. Eu ficava meio excluído, faltava comunicação. Eu treinava todo dia, mas resolvi parar”, contou. A volta do jovem ao esporte aconteceu quando ele conheceu, pela Assupira (Associação de Surdos Libras de Piracicaba), uma equipe de futsal, onde passou a treinar. “Com 9 anos, eu parei. Mas, com 15 anos, eu voltei a treinar, e encontrei a Assupira e comecei treinar todos os dias. Antes não tinha isso, todos conversavam em Libras”, disse. “Até que fui convidado para ir para São Paulo fazer a seleção”, contou. No início, 50 jovens participaram e, conforme as eliminatórias iam acontecendo, a convocação do piracicabano foi ficando mais próxima. Até que a notícia chegou. “Eu fiquei muito feliz, agradeci a Deus pela ajuda, por eu ter tentado, ter treinado e não parado”, disse o jogador, que também compartilha seu gingado na quadra pelo instagram @rainer_alisson.

COMUNICAÇÃO
Desafio constante na vida de Rainer, a comunicação é uma barreira que foi sendo vencida graças ao apoio que o garoto recebe da família e, também, na escola. A entrevista ao JP, por exemplo, aconteceu com o auxílio de uma pessoa que passa boa parte do dia com ele. Renata Haddad é uma das intérpretes de Libras da escola. “A gente está sempre dentro da sala de aula, e acaba tendo uma relação de amizade fora da escola, também”, explicou. “O que a gente sempre fala é que o aluno é do professor”, disse Renata. “O intérprete é um instrumento do professor para chegar até o aluno. Quando acontece de ter alguma dúvida, a gente direciona para o professor explicar de forma mais clara”.

A diretora da escola, Ana Paula do Carmo, diz que o trabalho dos intérpretes na escola vai além da comunicação. “A intérprete, em si, ajuda ele no empoderamento. A gente tem que desvincular o ensino da lousa e giz, e saber de todas as possibilidades que eles têm. A gente trabalha o pedagógico, as habilidades sociais. O mais importante é a pessoa se sentir parte do todo, que cresce junto”, disse. “É muito importante a interação entre os professores e os intérpretes. Eles me ajudam, me apoiam, e abrem a minha mente”, finalizou Rainer.

O clima foi de festa na saída da aula na última terça-feira (29), na Escola Estadual Barão do Rio Branco, em Piracicaba. Os alunos da escola não esconderam a alegria quando descobriram que o jovem Rainer Alisson de Moura Barbosa, de 17 anos, foi convocado para representar o Brasil na primeira edição dos Jogos Olímpicos dos Jovens Surdos (World Deaf Young Games, em inglês), na seleção brasileira de futsal sub-18. O campeonato acontece em janeiro de 2024, em São Paulo. Os jogos são realizados pelo Comitê Internacional de Esportes para os Surdos.

A carta da CBDS (Confederação Brasileira de Desportos de Surdos) chegou para Rainer na tarde de terça-feira e, desde então, o jovem atleta, que sonha em competir, não consegue esconder a alegria de participar de um campeonato mundial. “O futebol é muito importante para mim. Quando eu era criança, eu ficava maravilhado vendo os jogadores, sempre assistia e ficava pensando que eu queria treinar e ser jogador de futebol, e eu sonhava com isso”, disse o jogador. “A minha família ficou muito feliz, estão orgulhosos de mim. Eles me incentivaram sempre. Eu chorava de felicidade porque eu não acreditava que eu ia passar”, completou.

Mas o sucesso de Rainer no esporte ainda esbarra na dificuldade de comunicação e integração com outros jogadores em escolinhas de futebol por onde passou. Isso fez com que o jovem desistisse, por um momento, de jogar bola. “Quando eu era criança fui numa escola de futebol, e não tinha intérprete. Eu ficava meio excluído, faltava comunicação. Eu treinava todo dia, mas resolvi parar”, contou. A volta do jovem ao esporte aconteceu quando ele conheceu, pela Assupira (Associação de Surdos Libras de Piracicaba), uma equipe de futsal, onde passou a treinar. “Com 9 anos, eu parei. Mas, com 15 anos, eu voltei a treinar, e encontrei a Assupira e comecei treinar todos os dias. Antes não tinha isso, todos conversavam em Libras”, disse. “Até que fui convidado para ir para São Paulo fazer a seleção”, contou. No início, 50 jovens participaram e, conforme as eliminatórias iam acontecendo, a convocação do piracicabano foi ficando mais próxima. Até que a notícia chegou. “Eu fiquei muito feliz, agradeci a Deus pela ajuda, por eu ter tentado, ter treinado e não parado”, disse o jogador, que também compartilha seu gingado na quadra pelo instagram @rainer_alisson.

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Desafio constante na vida de Rainer, a comunicação é uma barreira que foi sendo vencida graças ao apoio que o garoto recebe da família e, também, na escola. A entrevista ao JP, por exemplo, aconteceu com o auxílio de uma pessoa que passa boa parte do dia com ele. Renata Haddad é uma das intérpretes de Libras da escola. “A gente está sempre dentro da sala de aula, e acaba tendo uma relação de amizade fora da escola, também”, explicou. “O que a gente sempre fala é que o aluno é do professor”, disse Renata. “O intérprete é um instrumento do professor para chegar até o aluno. Quando acontece de ter alguma dúvida, a gente direciona para o professor explicar de forma mais clara”.

A diretora da escola, Ana Paula do Carmo, diz que o trabalho dos intérpretes na escola vai além da comunicação. “A intérprete, em si, ajuda ele no empoderamento. A gente tem que desvincular o ensino da lousa e giz, e saber de todas as possibilidades que eles têm. A gente trabalha o pedagógico, as habilidades sociais. O mais importante é a pessoa se sentir parte do todo, que cresce junto”, disse. “É muito importante a interação entre os professores e os intérpretes. Eles me ajudam, me apoiam, e abrem a minha mente”, finalizou Rainer.

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