Prontidão é a disposição, boa vontade e presteza na realização de algo, e qualidade necessária diante de inúmeras situações, quando precisamos não somente agir no momento oportuno, mas fazê-lo do modo mais correto e eficiente possível.
A fragilidade da vida humana, permanentemente sujeita a acidentes, doenças e morte, tanto quanto as instabilidades geológicas, climáticas, políticas e sociais do mundo em que vivemos, convidam-nos a um estado de permanente prontidão.
Como ainda somos muito sujeitos às influências do nosso ego, com seus desejos, ambições e interesses personalistas, precisamos estar atentos a fim de não cedermos aos impulsos dele provenientes, os quais, nas situações desafiadoras do cotidiano, nos predispõem a julgar, criticar, acusar e discutir, gerando e ampliando conflitos desnecessários e prejudiciais, ao invés da necessária colaboração que poderíamos prestar. Portanto, a partir de uma atitude responsável, sempre que nossa ação se torne necessária, podemos fazê-lo de modo construtivo, educativo e libertador, segundo a inspiração nos oriente e a consciência nos aprove.
Embora a prontidão caracterize o estado de quem esteja predisposto a agir a qualquer momento e de modo imediato, tal estado requer uma preparação prévia, de longo curso, pela instrução adequada, pelo cultivo do autoconhecimento e o exercício de virtudes, a fim de se estabelecer uma comunhão cada vez mais consciente, intensa e estável com os níveis profundos do próprio ser, de onde provêm a intuição, a força, a segurança e o equilíbrio necessários a qualquer ação.
A prontidão pressupõe algumas habilidades e requer que se esteja atento e vigilante, no sentido de perceber o momento de agir, tanto quanto a forma correta de fazê-lo. Saber como agir se torna especialmente importante nas situações que fogem ao nosso controle e que nos desafiam mais intensamente. Essa capacidade é fundamental para que nossa ação não seja intempestiva e impulsiva, fruto de reatividade ou resistência. Sem esses requisitos fundamentais, nossas ações geralmente complicam as situações, prolongam ou ampliam sofrimentos, geram novos problemas e impedem a correta solução das questões que se nos apresentam, pois qualquer ação, para ser benéfica, ou seja, educativa e libertadora, precisa ser permeada pelo amor e pela sabedoria, a fim de que os resultados sejam positivos.
Outro requisito que nos parece fundamental é a predisposição de agir para o bem e com espírito altruísta. Tal atitude também pede o constante exercício do autoconhecimento, a fim de percebermos o que nos motiva a agir e de reconhecermos o quanto ainda somos impulsionados por interesses egocêntricos, supostamente para fazer o bem.
Agir com prontidão e de modo correto requer desapego, a fim de não ficarmos sujeitos a ideias preconcebidas, rigidez, cristalizações e condicionamentos, pois muitas vezes somos convidados ou desafiados a agir de modo diferente do que gostaríamos segundo nossas predileções e tendências pessoais.
A prontidão para agir no bem revela o estado interior positivo em que o indivíduo se encontra, expressando seu espírito fraterno, fé, benevolência e coragem. Na transição planetária em que estamos imersos, a busca por um agir consciente e cooperativo é cada vez mais importante e necessária como recurso para a solução correta de cada questão que se apresente a nós, a fim de nos assumirmos e perseverarmos como agentes do bem e servidores da paz.
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