ESTATÍSTICA

Piracicaba ganhou mais domicílios do que habitantes em 12 anos, segundo IBGE

Por André Thieful | andre.estevao@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 2 min
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Cidade tem expansão acelerada de domicílios, diz IBGE
Cidade tem expansão acelerada de domicílios, diz IBGE

 Piracicaba ganhou mais domicílios do que habitantes entre os censos de 2010 e 2022. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no período, a cidade ganhou mais 58.752 habitantes e 60.148 novos domicílios.

Em 2010, a cidade tinha 364.571 habitantes e 130.796 domicílios. Em 2022, eram 190.944 domicílios e 423.323 habitantes. Enquanto o crescimento populacional foi de 16,1% o número de domicílios aumentou 45,9%.

Para o arquiteto e urbanista Estevam Otero, professor da Unesp, campus de Bauru, o crescimento acelerado do número de domicílios está ligado à quantidade de loteamento. “É uma das cidades que mais produzem loteamentos no Estado”, disse. Ele explica que o imóvel é visto como investimento e, muitas vezes, o proprietário não vai morar no local e sim prefere alugar.

Ele entende também que a expansão dos loteamentos para regiões distantes têm relação direta com o planejamento urbano. “E isso encarece o custo da cidade porque precisa estender toda a infraestrutura do município”, disse. Além disso, (a expansão) deixa para trás vazios urbanos.

O esvaziamento urbano também é apontado pela prefeitura, que usou dados da primeira década do século para exemplificar. “Na comparação da densidade demográfica por região, entre os anos de 2000 a 2010, verificou-se que a área central consolidada prossegue no processo de esvaziamento populacional, com redução de 6,44%. Houve incremento populacional nas regiões: norte – 22,91%, sul – 16,64% e oeste – 15,32%. A região leste apresentou um aumento populacional menor: 8,14%”.

De acordo com a prefeitura, atualmente, os empreendimentos de parcelamento do solo urbano têm ocorrido, em maior número, na região norte.

A vereadora Silvia Morales, engenheira civil e que atua nesse segmento, também entende que o investimento em imóveis explica, em parte, o crescimento acelerado de domicílios. “O imóvel é tido como investimento”, disse. Para ela, a expansão não beneficia as classes mais baixas. “Não há muita produção para essa população, então o Estado tinha que subsidiar moradias para famílias de renda baixa”, disse.

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