Assim como nosso corpo necessita de atividade física, nosso cérebro também precisa manter se em movimento. De acordo com pesquisas, especialistas abordam que o órgão deve ‘’cuidado’’ como um músculo, que pode enferrujar e perder sua funcionalidade caso deixe de ser exercitado. Manter se muito na zona de conforto não é considerado algo bom, considerando a preguiça’’ nociva para a saúde humana, tanto para a mente quanto para o corpo físico. E pensando no cérebro como se fosse um músculo, o raciocínio, caso não utilizado, apresenta maior chance de atrofiar, segundo Paulo Camiz, professor da Universidade de São Paulo.
A ginástica para o cérebro consiste em estimular o fortalecimento da capacidade cognitiva, podendo ser praticado em qualquer idade, porém ao envelhecer essas atividades tornam-se mais fundamentais. Com o avanço das neurociências, cada vez mais surgem recursos novos para manter o cérebro ativo. E os indivíduos que praticam identificam os resultados concretos, estimulando as conexões neurais, gerando maior capacidade de memória, concentração, agilidade de raciocínio e coordenação motora, hoje temos opções como escolas de ginásticas para o cérebro, neuropsicólogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais que atuam em práticas com ginásticas para o cérebro, auxiliando no desenvolvimento e ou reabilitação.
Ao aprender uma atividade nova, nosso cérebro estabelece novas conexões neurais, o que permite a interligação de diferentes áreas, assim quanto mais o cérebro é estimulado, mais conexões surgem e essas conexões contribuem para a formação circuitaria cerebral, semelhante a uma ‘’floresta’’, desta forma quanto mais densa for essa circuitaria, composta por informações novas, maior será a reserva cognitiva armazenada pelo indivíduo. Podemos observar esse exemplo na pratica, quando observamos um indivíduo que teve a oportunidade de intensa atividade intelectual ao longo da vida, e devido a esse contato intenso com conteúdo desafiadores, como resultado tem o privilégio em envelhecer com uma capacidade intelectual preservada e excelente memória, como exemplifica a neurocientista Lívia Ciacci. O aprendizado do cérebro tende a permanecer por toda vida, respeitando é claro a capacidade cognitiva de cada idade, pois os jovens aprender mais rápido, enquanto os idosos levam mais tempo.
O conceito da neuroplasticidade, denota que todo cérebro, desde que não haja comprometimento, pode modificar-se, desenvolvendo-se e mantendo habilidades mesmo na terceira idade. Desta maneira, aprender algo novo na terceira idade é extremamente útil, pois ajuda a melhorar a qualidade de vida. Claro que o pico da massa neural ocorrer aos vinte e poucos anos, após esse período não se ganha mais neurônios, mas é possível estimular sua manutenção, realizando novas vias de conexão e criando novos mecanismos para se comunicarem, ao envelhecer, se não houver esforço para polir essas conexões, vão se perdendo, e a capacidade cognitiva do cérebro diminui progressivamente com a idade, o que é um processo normal, mas que varia de individuo para individuo, por isso precisa ser estimulado em diferentes faixas etárias. E com o estimulo neural esse declínio ocorrer de maneira mais lenta.
As conexões neurais criadas com o aprendizado retardam processos neurodegenerativos, como o Alzheimer. Assim percebemos que é imprescindível estimular o cérebro ao longo de toda a vida a fim de adquirir um patrimônio de conhecimento, uma reserva cognitiva. Para turbinar o cérebro, a dica é; ler livros, fazer palavras cruzadas, aprender novos idiomas, estimular-se a novas habilidades, viajar, dançar, realizar ábaco. A melhor maneira de começar é realizando uma reflexão sobre sua rotina e uma segunda opção seria procurar por ajuda profissional para orientar cada passo a ser dado. Essa ajuda é multiprofissional com neurologistas, geriatras, neuropsicólogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, procure um médico da sua confiança e faça uma avaliação para começar com os exercícios. E vamos envelhecer cuidando do nosso cérebro e com muita qualidade de vida.
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