ARTIGO

Adiantado no tempo, erro meu

Por José Osmir Bertazzoni | 10/08/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Eu confesso a todos que errei e não foi um erro qualquer, meu erro foi adiantar o tempo em um ano e isso aconteceu pelo desespero de que tudo que é ruim venha a se acabar na nossa urbe. Se tivéssemos um ano adiante, certamente, estaríamos em plena campanha eleitoral e escolhendo um novo prefeito para essa surrada cidade de Piracicaba.

No artigo passado eu adiantei o tempo atribuindo à cidade de Piracicaba 257 anos quando o correto é 256 anos, eu sei que não é um erro escusável, pois não há perdão para quem adianta em um ano a idade de uma Dama.

Perdoem-me, fiz isso com a Noiva da Colina em sua celebração majestosa.

Vencido o pedido de desculpa vamos focar o tema desespero, qual trago no conjunto da obra. Verbo transitivo desesperar: fazer perder a esperança a; desanimar, desalentar. Causar desespero a; irritar, afligir.

Recordo-me que, muitos eleitores, em 2020 no afã de substituir o (ex) prefeito se iludiram e acabaram elegendo o atual mandatário Luciano Almeida.

Estamos há mais de dois anos e meio com a cidade abandonada, deixada às traças, além de ter que conviver com a prepotência e a soberba que enganou muita gente que acreditou em promessas de campanha, incluindo muitos servidores públicos.

Estamos falando de um herdeiro – o que por natureza é diferente do povo trabalhador – em razão dos parcos salários (defasados) que recebem e, em especial dos servidores públicos que tiveram seus salários congelados durante a pandemia da COVID-19.

Não consigo entender como pode uma pessoa desejosa da vida política (candidato), prometer dignidade para eleitores garantindo regularizar situações de habitações provisórias e precárias, e depois, eleito, retrucar: “não sou imobiliária”. Como pode um único governo contratar tanto em caráter emergencial sem licitação? Como é possível um governo eleito pelo povo aniquilar os serviços de saúde pública, maltratar professores e desdenhar dos servidores?

Recentemente, fiquei surpreso com o anúncio do prefeito de investimentos na ordem de um bilhão de reais na cidade: fui verificar do que se tratava e, na verdade nenhum centavo deste anúncio é destinado a investimentos e sim a manutenção de contratos de transportes coletivos já em andamento; grande parte desses recursos é produto de financiamentos junto ao Governo Federal para ser pago pelo próximo prefeito e se destina a manutenção asfáltica e zeladoria da cidade, não é para investimentos e sim para fazer o que não foi feito até o presente momento. Outra grande parte desses recursos se destina à substituição da iluminação pública que está muito ultrapassada, ou seja, manutenção!

Na opinião que um dia compartilhei com um (ex) prefeito (vou preservá-lo por ética), alertava que um prefeito poderia ser ruim, passar anos sem fazer absolutamente nada pela cidade e, se ao findar do seu último ano de mandato dar uma “maquiada” na cidade com coisas simples como pinturas em guias, corte de matos, recapeamentos “etc”, (coisas que o eleitor consiga perceber e notar com facilidade), dizia então: “se reelegeria com certeza usando da enrolação”.

Vamos ver até que ponto o eleitor piracicabano é influenciável pelos olhos, pois é exatamente isso que está em jogo. A história mostra que não é fácil a reeleição em nossa cidade, considerando, por exemplo, que somente cinco prefeitos conseguiram a reeleição em nossa história política de 256 anos: Bento Luiz Gonzaga; Luciano Guidotti; Adilson Benedito Maluf; José Machado e Barjas Negri.

Pelas “enquetes” que conosco foram compartilhadas, o atual prefeito Luciano Almeida acumula hoje o maior índice de rejeição na história da política piracicabana, beira aos 75% da população que não votam nele; entendem também ser um governo ruim ou péssimo e não votariam nele em qualquer das hipóteses.

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