ARTIGO

Uma armadilha emocional chamada “baixa autoestima”

Por Júnior Ometto | 09/08/2023 | Tempo de leitura: 3 min

É comum associarmos baixa autoestima ao corpo físico, porém, esse tema vai além. Você tem a sensação de que não é tão bom quanto as outras pessoas? Tem medo da rejeição, de falhar ou de enfrentar desafios? Não se cuida, se pune, não dá valor às suas conquistas, tem a sensação de estar acreditando cada vez menos em você, procrastina, desiste rápido das coisas, tem insegurança nos relacionamentos, evita se olhar, fala mal de si mesmo?

A baixa autoestima está ligada à falta de confiança em si e é a causa de muita infelicidade e perdas, tanto na vida pessoal quanto na profissional. Mas, por que isso acontece? E o que fazer para reverter isso?

Melhorar a autoconfiança não é apenas querer confiar ou acreditar mais em si mesmo. Autoconfiança é uma construção; é tomada de atitudes concretas e perseverantes.

Por outro lado, a baixa autoconfiança também não surge do “nada”. A causa mais comum está na história psíquica de cada um e, mais importante, na forma como cada um entende e lida com a própria história, com o agravante de que nosso cérebro já tem uma predisposição de lidar negativamente com tudo - até por conta da nossa ancestralidade.

Na abordagem cognitivo comportamental, temos a chamada distorção cognitiva, ou seja, neste caso, damos mais “valor” aos nossos erros do que aos nossos acertos. Quantos relatam que, mesmo fazendo “determinada” coisa de forma assertiva, não valorizam isso e, pior, acham que foi somente obra da “sorte”, do “acaso”. Pois bem, se você só vê coisas ruins em você, vai ser difícil mesmo você acreditar em você... Está aí a base da mudança: olhar o que tem olhado com outros olhos e agir!

Uma das principais ferramentas da Psicanálise é agir na raiz dos problemas, na causa. Portanto, dentro da história de cada um (somos únicos, individuais...), vamos entender o que leva a pessoa a ter uma baixa autoconfiança; causas e características, para, em seguida, buscar a ressignificação, a solução. Pessoas nessa situação são, normalmente, altamente influenciáveis, ou seja, a voz dos outros têm um peso além do necessário, o que os leva, dentre outros prejuízos, a ter muita dificuldade em tomar decisões e, então, a aceitar as decisões dos outros, até como uma forma de não se “responsabilizar” por elas. O fato é que, de qualquer forma, elas estão decidindo (não decidir) e vão assumir os riscos disso! O mesmo se dá quando se tem medo de dizer algo, de se posicionar. Ninguém é perfeito e com ninguém devemos nos comparar. Qual o critério para isso? Qual o padrão? Somos únicos e temos o direito de pensar por nós mesmos. Não há problema nenhum em se posicionar ou ser diferentemente dos outros. Havendo ética, respeito, educação e argumento, ninguém será melhor que ninguém, apenas cada um será cada um e isso é praticar autoconfiança. Nunca desista antes de tentar, porque isso apenas fará você acreditar cada vez menos em você. Não existe garantia para nada neste mundo. Ninguém tem isso! Esperar a garantia de sucesso 100% é pura autossabotagem. Faça o que está ao seu alcance, isso é ser justo consigo mesmo! Prepare-se, planeje e faça! Errou? Ok, o que foi aprendido com isso para as melhorias? É isso que importa!

Somos todos humanos, imperfeitos, finitos nesta vida. É preciso acreditar nisso, pois é só a partir daí que fronteiras mentais negativas ou nocivas são superadas.

“Porque se acredita em si mesmo, não se tenta convencer os outros. Por estar contente consigo mesmo, não precisa da aprovação dos outros. Quando a pessoa se aceita, o mundo inteiro o aceita.” (Lao Tzu)

De que estima você realmente precisa?

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