ARTIGO

Os avanços da Neurociência revolucionando a Terapia

Por Júnior Ometto |
| Tempo de leitura: 3 min

Estamos vivenciando um momento da história de grandes avanços na ciência, em todos os segmentos. Nos últimos sessenta anos, por exemplo, já tivemos mais avanços tecnológicos do que em toda a história da humanidade e quando falamos de cérebro e mente, o avanço está sendo exponencial.

Pesquisas em todo o Planeta estão descobrindo ou validando, cada vez mais, o poder da mente sobre nossas decisões e nosso comportamento. O grande “segredo”, portanto, é que, quanto mais aprendemos e conhecemos sobre a mente, mais podemos gerenciar e melhorar nossa vida, uma vez que é a mente que comanda tudo.

Portanto, quando falamos de Terapia, é claro que “conversar” com a Neurociência está sendo imprescindível para que os resultados sejam alcançados com assertividade, eficácia e alicerce.

Um dos grandes exemplos desse processo é o que chamamos de neuroplasticidade e ela nada mais é do que a capacidade humana de modificar ou aperfeiçoar o funcionamento do cérebro e, portanto, o funcionamento da nossa vida. Além de estar sendo usada com excelentes resultados para o tratamento de muitos transtornos, síndromes e doenças, inclusive depressão, ansiedade, dependência química, entre outros, um de seus grandes benefícios é estimular e facilitar a adaptação do cérebro às mais variadas situações (e como passamos por mudanças!) e o uso na terapia é importante porque torna-se possível incentivar padrões que levam à esta plasticidade neural, isso porque o cérebro pode se modificar através da criação de interconexões entre seus neurônios com base em disparos que ocorrem num período de tempo e, por isso, uma das bases dos estudos da neurociência é que um comportamento pode ser aprendido, modificado e aperfeiçoado pela experiência, o que proporciona a criação de novos circuitos neurais e novas memórias. O ser humano está ficando cada vez mais escravo de suas emoções e a neurociência tem colaborado de maneira consistente na reversão disso.

Fica cada vez mais evidente a poderosa relação entre a neurociência e a terapia, considerando  que um dos principais objetivos da terapia é levar o paciente a uma mudança ou uma adaptação frente aos conflitos ou crenças que o escravizam ou o prejudicam emocionalmente, podendo, dessa forma, viver com mais qualidade de vida, menos “amarrado” a crenças que o limitam em várias frentes e colaborando para a não repetição de padrões ou percepções conflitantes, que, na maioria das vezes, causam doenças emocionais e físicas, além de sofrimento.

Outro grande benefício da neurociência é a abordagem sobre a felicidade. Tema tão importante, complexo e tão falado na atualidade. A felicidade produz inúmeros efeitos em nosso corpo, ativando, naturalmente, através do cérebro, um grupo de neurotransmissores espetaculares: dopamina, serotonina, oxitocina e endorfina: os chamados “responsáveis pela nossa felicidade”. É aí que a neurociência nos auxilia a “produzir” felicidade a partir do entendimento neurológico, da química. Note que, sentir-se bem transforma nossa motivação, nosso bem-estar e nossa produtividade, em todas as áreas da vida e o controle desses poderosos neuroquímicos positivos podem nos ajudar numa verdadeira transformação de vida.

É muito importante que estejamos atentos e atualizados com relação a esses avanços da ciência no que diz respeito a mente, ao cérebro, pois é muito difícil mudarmos algo que não conhecemos.

“Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta” (Carl Jung)

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