ARTIGO

Submersível OceanGate

Por Ana Carolina Carvalho Pascoalete |
| Tempo de leitura: 4 min

Na última semana viralizou a divulgação através de todas as mídias sobre o caso do submersível da OceanGate, empresa de turismo subaquático com cinco tripulantes com o objetivo a expedição até os destroços do Titanic, navio que naufrágou a mais de cem anos. Todos os tripulantes assinaram um termo voluntariamente para participar da operação do submersível, isentando a OceanGate de qualquer responsabilidade por essa expedição.

A operação tratava-se de uma viagem experimental e a embarcação não havia sido certificada ou aprovada por qualquer órgão regulador e sua construção foi realizada com materiais que não foram amplamente usados em submersíveis ocupados por humanos.  O submarino desapareceu no domingo dia 18 de junho de 2.023 e segundo a guarda marinha dos Estados Unidos o veículo implodiu ainda quando estava descendo o oceano e peças do submersível foram encontradas cerca de quinhentos metros dos destroços do Titanic e estavam em uma profundidade aproximada de quatro mil metros. Pesava nove toneladas e foi construído com fibras de carbono e titânio, o Titan era o único capaz de levar até cinco tripulantes a uma profundidade de quatro mil metros, segundo a OceanGate e foi construído com apoio dos engenheiros na Nasa, da Boeing e da Universidade de Washington e iniciou sua primeira expedição em 2.018. Diferente de um submarino convencional, o Titan era autônomo e a embarcação precisava ser transportada até o local de mergulho por um navio, ainda através de uma plataforma que descia até nove metros abaixo do nível do mar e assim prosseguia sua navegação usando um controle de videogame e em seu retorno o submersível precisava retornar a plataforma que posteriormente era inflada com ar para subir a superfície.  Segundo a empresa a expedição até os destroços do Titanic aconteciam todos os anos com duração de oito dias, cinco dias direcionados para o mergulho. Cada viagem até o fundo do mar levava aproximadamente duas horas e para submergir a superfície mais duas horas, a contemplação dos destroços do navio naufragado durava aproximadamente quatro horas. A excursão custa US$ 250 mil (cerca de R$ 1,2 milhão) por pessoa.

Após as notícias sobre o desaparecimento do Titan, chamou a atenção o submersível através de seu formato, com tamanho próximo de uma minivan, possuindo apenas uma janela na parte da frente com apenas 53 cm de diâmetro, também era equipado com câmeras de resolução 8k, responsável por transmitir as imagens do exterior aos passageiros, que poderiam acompanhar por um tablet. Mas as maiores especulações da população é como quatro bilionários concordam com essa expedição conhecendo todos os seus riscos e inclusive assinaram contratos assumindo os possíveis incidentes e dentre os mais graves a morte. Com frequência temos acesso a notícias que algum bilionário que morreu ou ficou seriamente ferido devido a aventuras perigosas por ações com falta de prudência, e ou até mesmo escolhas consideradas como suicidas.

E porque pessoas tão ricas fazem escolhas para ficarem expostas, arriscando suas próprias vidas. Segundo o Psicólogo norte-americano Scott Lyons que atende dentre seus clientes vários milionários compartilharam em entrevista que “eles buscam por coisas que os façam sentir-se vivos”, São pessoas com tanta segurança em suas finanças, tem acesso ao consumo de tudo que almejam desta maneira buscam por aventuras, sentir adrenalina em atividades perigosas. O avanço da tecnologia na última década vem permitindo experiências totalmente novas, com idas ao espaço com relativa facilidade, o desenvolvimento de meios para enfrentar zonas inóspitas da terra, como nos oceanos, desertos e pólos. Sendo denominados como ‘’turismo da aventura’’, e somente no ano de 2.022 esses negócios renderam uma margem de US$ 322 bilhões, devendo ultrapassar essa cifra nesse ano.

Os indivíduos tendem a procurarem mais emoções se forem suscetíveis ao tédio e à medida que se tornam mais extravagantes na vida, as coisas tornam-se menos emocionantes, o que faz com que se procure por novidades à medida que as coisas tornem-se disponíveis, outro ponto bem significativo é a cultura da exclusividade, poder experienciar vivencias que a maioria das pessoas não pode viver mesmo aquelas que têm muito dinheiro. Então percebemos atitudes recorrentes entre os bilionários de todas as partes do planeta. 

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