ARTIGO

Unimep, reconhecer a história e olhar para frente

Por Gilmar Rotta |
| Tempo de leitura: 3 min

Há anos a comoção dos piracicabanos quanto ao destino da Universidade Metodista de Piracicaba é intensa. Milhares de estudantes de todas as partes do país e até de outros países sentaram nas suas cadeiras, contribuindo para a formar a massa de conhecimento que tem contribuído com o desenvolvimento da nossa cidade, região, estado e, porquê não dizer, do nosso país.

Na Câmara Municipal, enquanto presidente e também vereador, fizemos movimentos, criamos fórum, promovemos debates, audiências públicas, reuniões, fizemos convênios, buscando fazer a nossa parte política e administrativa de forma a sinalizar a preocupação e o empenho de todos para que o destino não alcançasse este presente. Mas infelizmente, por razões que cabem à gestão metodista e por consequências de uma realidade tomada pelo universo digital e pela educação à distância, chegamos ao ponto que estamos.

Cravar na história de Piracicaba a importância da Unimep é inevitável. Basta acompanhar aqueles que são suas memórias vivas, sempre compartilhando a trajetória e os bastidores desta construção ou desconstrução de uma das universidades mais respeitadas do país. E também aquela que, entre as instituições privadas, sempre acumulada as melhores notas de avaliação junto ao Ministério da Educação.

Mas o fato é que Piracicaba, cuja comunidade estudantil tinha a contribuição de entre 15 e 20 mil alunos por semestre graças a Unimep, sente as consequências desta redução. Junto a USP/Esalq e a Odonto/Unicamp, e ainda a EEP, nossa universidade municipal, a Unimep contribuía de forma importante para nossa economia, com toda cadeia que girava em torno á sua oferta de cursos superiores, graduação, pós graduação, doutorado.

Não é, no entanto, pela economia que pode ter novo aquecimento, que se faz necessária uma solução para estrutura do campus Taquaral da Unimep. Entre tantas razões que poderiam ser relacionadas, o estímulo a formação superior, cujas estruturas foram tão modificadas pela transformação radical de toda uma geração. Geração que se desinteressa nitidamente pelos estudos, pela formação profissional e que busca o ganho rápido para o seu sustento. È possível, sim, mas também arriscado e talvez difícil de ser perpetuado.

Portanto, a iniciativa trazida pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckimin, de instalar na estrutura um Campus da Universidade Federal de São Carlos, a potente Ufscar, nos enche os olhos e a esperança.

Tenho certeza que jovens piracicabanos, corretamente estimulados pelos poderes públicos, olharão para esta oportunidade e- se realizada com entusiasmo. Afinal, estar numa cidade que sempre é apontada como uma das melhores para se viver (em que pese sabermos de tantos problemas que temos a corrigir), ter a sua disposição a oportunidade de uma formação sólida, certamente será um diferencial.

Outro ponto importante é que, se rememorarmos tantas participações que a Unimep teve na sociedade, com pesquisas, projetos, apoios, estímulos culturais e esportivos (quem não se lembra da época de ouro de Paula, Branca e tantas outras no basquete da Unimep), podemos também imaginar o quanto a Ufscar poderá projetar mais uma vez o nome da nossa cidade, somando ao que já fazem as demais instituições de ensino superior.

Portanto, que guardemos no coração e na memória o quanto história da Unimep representa para Piracicaba, mas avancemos, rumo a novas oportunidade de valorização da educação, da ciência e da pesquisa, cenário motivado pela possibilidade de termos aqui, o campus da Ufscar.

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