É preciso dizer logo: o neofascismo não é uma forma legítima de se fazer política! O neofascismo se utiliza do ódio e da violência como estratégias para a produção do medo e manutenção do poder. As pessoas passam a não se manifestarem, a não expressarem e defenderem suas visões de mundo e concepções de sociedade por se sentirem ameaçadas por uma violência verbal, simbólica, também física e muito real. O discurso e a prática neofascistas buscam destruir e aniquilar aquele que não comunga de suas ideais. O neofascismo é a negação da política!

No limite extremo de uma violência brutal, dirigida e estrategicamente disseminada, o neofascismo mata! É isso que se constitui o neofascismo, uma forma de totalitarismo, que esmaga, sem nenhuma piedade nem compaixão, quem não marchar ao seu lado, quem não fizer eco às suas concepções fanáticas, que negam a vida e a liberdade. O neofascismo, ancorado na lógica de uma violência aberta, impõe um sistema de opressão e exploração.

O neofascismo destrói a política e também se contrapõe à democracia! Por isso o processo de detratação e desconstrução das instituições que sustentam e perfazem a ordem democrática. Em um movimento orquestrado, tendo o ódio como mecanismo de convencimento ideológico, o neofascismo procura arregimentar mentes e corações, trazendo pessoas para uma guerra social aberta, cotidiana, que coloca o outro como grande inimigo a ser abatido. É essa ameaça sombria e aterrorizante que ainda ronda o Brasil, pronta a destruir qualquer perspectiva de um fazer político ético e democrático.

Mas a política é outra coisa. A política é a arte, a ciência quem tem a tarefa de pensar a sociedade buscando o bem coletivo. A política nasce como a superação de um poder despótico, autoritário, incapaz de fomentar diálogos e produzir consensos. Com a invenção da política, o poder passou a ser concebido como forma de organizar a sociedade de maneira a contemplar os interesses daqueles que viviam em um mesmo território.

Da arte da política surge a concepção de cidadania! A universalização da garantia dos direitos de cidadania depende diretamente da forma como a sociedade se organiza politicamente. Em uma compreensão avançada de política, tendo como princípios fundamentais a justiça e o direito, o poder se revela como serviço. A política então pode ser fonte de vida! Esse é o ponto central, o desafio mais urgente: reinventar a política como serviço, comprometida com a construção de estruturas sociais que garantam o acesso universal a todos os direitos de cidadania!

O neofascismo é a barbárie! Em oposição ao projeto neofascismo e seu programa neoliberal de morte, a política como serviço, subvertendo a lógica do poder como dominação, passando a ser fonte de possibilidades, em um compromisso estreito com a pauta dos direitos humanos. É urgente o despertar, aguçando a consciência e o pensamento crítico e problematizador. As práticas e ideologias neofascistas devem ser denunciadas e categoricamente rejeitadas, pois avançam contra a vida e sua diversidade. A política precisa ser dinamizadora de esperança!