ARTIGO

Lembre-se de respirar

Por José Osmir Bertazzoni | 31/05/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Respirar é a primeira regra absoluta para se conseguir a felicidade. Nós vivemos sempre em apneia, com pressa de se fazer tudo que achamos necessário, avançamos em nossas possibilidades humanas, além do possível, embora não consigamos alcançar muitas oportunidades que nos são postas durante nossa vida. Nem sempre somos bem-sucedidos em nossas pretensões; atingimos a felicidade quando temos conquistas e sucessos.

Para melhoramos nossa performance, temos que nos dar a devida permissão, se dar ao direito de usar a liberdade (livre arbítrio) sempre buscando fazer o melhor sem ignorarmos nossos compromissos, regras e as causas e efeitos de nossas ações.

Perceberemos isso, profundamente, ouvindo cada respiração e cada palpitação do nosso coração, pois ele reage aos conhecimentos que adquirimos em nossa vida e nos orienta dando ao cérebro mais energia sempre que exigida.

Todo esse preambulo significa dizer para si: estou aqui, pare mundo, espere um pouco, vida, minha, estou aqui e agora. Respira... e tudo fica mais fácil; menos montanhas íngremes, voo mais leve, alegre com um sorriso exposto para viver melhor.

Para uma vida longa e saudável as regras devem ser respeitadas – não que eu seja disciplinado a ponto de não errar ou de não arriscar nas minhas ousadias – maravilhe-se, surpreenda-se e nos surpreenda pelas pequenas e grandes coisas que acontecem, pelas pessoas que encontramos e conhecemos, lembrando que todo encontro nunca é casual, acontece para ensinar algo, mesmo que, como é recorrente, não tenhamos a compreensão dos “porquês”.

Lembre-se: perdoe-se, abandone o que não fez bem no passado – em especial nossos erros – viva o momento presente sem fardos para evitar tropeços.

Agradeça, todos os dias, porque estamos aqui, pelos entes queridos, por quem somos, por cada momento de alegria que sentimos em nossos corações e pelas dores porque passamos e nos tornam mais conscientes.

Estamos passando pela vida aprendendo a não errar, mas erramos; aprendendo a acertar sempre, mas não acertamos, por essa razão nenhuma felicidade é absoluta, 80% da nossa vida é de tristeza e tropeços – situações que vivenciamos não podemos mudar – são sinucas da vida em que nos tornamos impotentes.

Quem acompanha minha vida sabe que venho desafiando as leis da física todos os dias, sabe também que não aceito ser superado sem resistência e, que sei me calar quando erro. Não me esqueço dos meus amigos e em especial dos que me colocam como inimigo; a esses reservo sempre a lembranças em uma caixinha de sabão que guardo em um lugar especial.

Não acredito em vingança e nem em aliança, creio apenas que em determinados momentos, nos encontraremos novamente e tudo poderá se reestabelecer ou piorar, mas as caixinhas serão conselheiras sempre.

Vamos viver em paz, buscar o pouco dos 20% que nos é reservado de felicidade e na poesia de Cecília Meireles nos identificar:

És precária e veloz, Felicidade.

Custas a vir e, quando vens, não te demoras.

Foste tu que ensinaste aos homens que havia tempo,

e, para te medir, se inventaram as horas.

Felicidade, és coisa estranha e dolorosa:

Fizeste para sempre a vida ficar triste:

Porque um dia se vê que as horas todas passam,

e um tempo despovoado e profundo, persiste.

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