LITERATURA

Clube do livro em Piracicaba valoriza obras escritas por mulheres

Mediado pelas irmãs Adassa e Raíssa Buschini, o Leia Mulheres promove a diversidade de obras literárias

Por Roberto Gardinalli | 28/05/2023 | Tempo de leitura: 3 min
roberto.gardinalli@jpjornal.com.br

Victor de Oliveira

Raíssa e Adassa Buschini: projeto gera diversidade
Raíssa e Adassa Buschini: projeto gera diversidade

Criado em 2015, inspirado no movimento #readwoman2014, no Twitter, o Leia Mulheres é um projeto que incentiva a leitura de obras de diversos gêneros literários que foram escritas por mulheres. Com encontros em mais de 100 cidades no Brasil e em outros países, como Portugal, Alemanha, Singapura e Suíça, o clube já tem mais de 400 mediadoras. Piracicaba é um dos polos do projeto, que é mediado pelas irmãs Adassa Buschini e Raíssa Buschini.

O projeto em Piracicaba teve início em 2021. Adassa conta que começou a participar dos encontros que eram mediados na cidade de São Carlos durante a pandemia. “Achei super legal e eu e minha irmã, começamos aqui em Piracicaba”, comentou. Os encontros em Piracicaba começaram pela internet, e se mantiveram assim, já que pessoas de outras cidades costumam participar. “Começamos online e continuamos assim, porque uma das pessoas que participa é de Araraquara, às vezes minha irmã está em São Paulo. Então adotamos essa modalidade”.

Segundo Adassa, uma das ideias é difundir as obras e buscar nomes de mulheres que às vezes não estão nas listas dos best-sellers. Os títulos da temporada são definidos no começo do ano, e há desafios dos coordenadores nacionais do projeto para incentivar a pesquisa. “Elas lançam um desafio para orientar a escolha do livro. Por exemplo, tentar achar uma autora do Nordeste, uma autora do Centro-Oeste. Mas os clubes têm a liberdade para seguir ou não”, comentou. “Aqui em Piracicaba, tentamos atrelar os interesses dos participantes com esses desafios. Um dos valores do Leia Mulheres é a diversidade. Então tentamos pegar uma diversidade de autoras, gêneros, e também autoras que fogem um pouco do mainstream. Os desafios fazem a gente pesquisar, não é uma coisa que você vai achar na primeira prateleira”, explicou. “No ano passado, as participantes de Piracicaba sentiram a necessidade de ler escritoras indígenas. E neste ano incluímos o livro ‘Eu Sou Macuxi’, da Julie Dorrico. A gente considera os desafios, os interesses e também outras sugestões. Fazemos uma lista e definimos o cronograma anual, até para as pessoas poderem se programar para comprar, emprestar ou trocar os livros”, explicou.

Outro grande objetivo do Leia Mulheres é promover a troca de experiências entre as participantes. O interessante, segundo a mediadora, é ter contato com o ponto de vista de cada um. “É uma conversa descontraída. Perguntamos como chegou ao livro, se já conhecia a autora, se conheceu pelo Leia Mulheres. Também perguntamos sobre  a experiência da leitura, se leu tudo de uma vez ou aos poucos. E, também, o que você achou do livro mesmo, se gostou ou não”, explicou. “A leitura é uma atividade muito solitária, porque é você e o livro. Eu, por exemplo, quando termino de ler um livro legal, quero conversar com as pessoas, falar disso o tempo todo. Então é legal esse momento, porque torna a atividade menos solitária”, completou.

A programação é divulgada pelo Instagram do projeto: @leiamulherespiracicaba. “Qualquer pessoa é bem-vinda para participar. Não precisa fazer inscrição, basta entrar no link que a gente divulga no Instagram”, finalizou Adassa.

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