ARTIGO

Síndrome do “cão pinscher”

Por José Osmir Bertazzoni |
| Tempo de leitura: 2 min

A psicologia humana cria diversas formas de justificar os comportamentos e formar um figurativo sobre causa e efeito. Desse universo o mais repercutido dentre tantos é a síndrome de Estocolmo.

“A síndrome de Estocolmo foi descrita por Nils Bejerot, em 1973, como um estado psicológico particular, no qual a vítima demonstra indícios de lealdade e sentimento de gratidão para com seu sequestrador, de início, como mecanismo de defesa por medo de retaliação. Essa estratégia de sobrevivência pode levar o indivíduo à uma dependência do seu ‘protetor’ não se dando conta da submissão na qual se encontra (Montero, 1999)”, publicou a Revista de Psicologia Organizacional do Trabalho.

Nesse caso estamos reproduzindo análises e conceitos da psicologia segundo fatos, diferente da análise quanto a bipolaridade, no sentido político da palavra. Na política parece que ao tratarmos da bipolaridade conceitual confunde-se (com uma certa razão), com um transtorno bipolar, como um fenômeno – no mesmo sentido – psicossocial.

Recentemente, ao fazer um estudo sobre comportamento de determinados políticos, em especial em nossa cidade deparei-me com o figurativo de personagens que sempre estão amando e sempre estão odiando; amam quando lhes convém e odeiam quando lhes convém mais ainda.

Para continuar essa assertiva vou denominar esses “políticos” pelo codinome grego “hybris”. Estes agentes entraram na política (raras exceções) após diversas tentativas sem obterem o sucesso necessário para se elegerem. Conforme imperativo na política, após tropeços, apelaram para a compaixão dos amigos e, “per un lieto fine” conseguiram seus objetivos.

Alguns abraçaram os (ex) prefeitos – naquele momento – com maior poder de articulação; faziam imperiosa defesa daqueles em altos brados, até que, por um súbito “rompante” transcenderam a um novo chamado; acabaram-se então, abandonando seus imprecatados e se apegaram com juras de amor eterno um “novo” arroubo.

Passado o tempo, os denominados “hybris” se desconformam com seus novos, já velhos (ex) aliados; aderem ao oportunismo, contestam a vontade popular das urnas, chegam ao extremo de exceder ao ruído com tremor e raiva.

Nesse real contexto político analisei alguns comportamentos semelhantes entre os animais, em especial o cão.

Em analogia – a esses políticos que me refiro – inspirei-me no cão pinscher, conhecido por ser 50% ódio e 50% tremedeira, o pinscher é uma raça que costuma viralizar em vídeos nas redes sociais por sua braveza, possui uma raiva infinitamente maior que o próprio tamanho. Basicamente, o pinscher pode ficar bravo em qualquer situação que gere desconforto.

Às atitudes de amor e ódio – analisado o comportamento destes políticos, nesse contexto – urge uma nova, antes desconhecida, sociopatia: a “síndrome do cão pinscher”. É sabido que essa espécie animal ama, enquanto oportuno seu “dono” (protetor) e odeia o resto do mundo; conquanto, em suas sandices pode deixar de amar e substituir antigo dono e continuar odiando o resto do universo.

--------------

Os artigos publicados no Jornal de Piracicaba não refletem, necessariamente, a opinião do veículo. Os textos são de responsabilidade de seus respectivos autores.

Comentários

Comentários