CRIMES

CRIMES

Golpes associados ao PIX crescem; JP traz dicas de como se proteger

Golpes associados ao PIX crescem; JP traz dicas de como se proteger

Segundo Banco Central, golpes financeiros no Brasil chegaram a R$ 2,5 bilhões de prejuízos em 2022

Segundo Banco Central, golpes financeiros no Brasil chegaram a R$ 2,5 bilhões de prejuízos em 2022

Por Nani Camargo | 21/05/2023 | Tempo de leitura: 5 min
nani.camargo@jpjornal.com.br

Por Nani Camargo
nani.camargo@jpjornal.com.br

21/05/2023 - Tempo de leitura: 5 min

Freepik

Você sabia que o Brasil éosegundo País do mundo que mais utilizou meios de pagamentos instantâneos em 2022? Só no ano passado, foram registradas 29,2 bilhões de transações no país,oequivalente a 15% do total registrado no mundo, de 195 bilhões.

Os dados são de duas pesquisas feitas por consultorias internacionais - ACI WorldWide eaPrime Time for Real- -Time Report-cujas notas foram emitidas pelo Banco Central em abril. O Brasil só perde paraaÍndia, que fechou 2022 com 89,5 bilhões de transações. “Entre 2022 e 2021, as transações de pagamento instantâneo cresceram 228,9% aqui no Brasil”, explica Gustavo Monteiro, diretor geral do AllowMe. Ele falou com o JP sobre golpes financeiros - que também disparam no País. O AllowMe é uma empresa de prevenção à fraude.

De acordo com dados divulgados pela Serasa Experian, com base em informações do próprio Banco Central, os golpes no sistema financeiro brasileiro bateram a marca de R$ 2,5 bilhões de prejuízos em 2022. Por isso que uma série de medidas foram anunciadas pelo BC para contribuir com uma maior segurança do PIX.

“Essas medidas vão permitir uma maior rastreabilidade de contas e chaves vinculadas a fraudes. As instituições financeiras poderão, mediante a denúncia de um usuário ou da análise de movimentações suspeitas, notificar uma infração de fraude, classificando-a como falsidade ideológica ou conta laranja, especificando ainda a sua suposta origem – golpe, estelionato, invasão de conta e/ou coação”, diz Monteiro.

E por que é tão fácil aplicar golpes via PIX? “Não é que seja fácil, mas os fraudadores costumam subverter as emoções das vítimas, induzindo-as a clicar em links ou fornecer informações privilegiadas. A busca por ferramentas de prevenção à fraude deve ser constante por parte das empresas. Uma transação de PIX não é menos segura do que um DOC ou um TED, por exemplo, porém, ele tem atraído a atenção dos criminosos por conta da sua instantaneidade. Em geral, os fraudadores atuam em cadeia e, ao conseguirem concretizar um golpe, transferem os valores obtidos a várias outras contas. E fazem assim de forma recorrente, dificultando a rastreabilidade daquele montante inicial”.

O especialista deu várias dicas para evitar golpes digitais. “É sempre importante que o usuário redobre sua atenção quando for fazer esse tipo de transação. Se é uma transferência a pedido de um amigo ou parente, é sempre importante checar se é um pedido legítimo – ligar, fazer chamada por vídeo, para garantir que não é um fraudador que teve acesso à conta ou ao celular desta pessoa. Se essa transferência é destinada a uma empresa, é importante se certificar que se trata de um canal oficial”, explica.

Monteiro alerta que há ainda golpes aplicados a partir da instalação de malwares, o que permite aos fraudadores o acesso remoto ao dispositivo, sem que o usuário se dê conta disso. “Então, quando ele abreoapp de um banco, tem um fraudador por trás acompanhando tudo, podendo, inclusive, alterar valores eaconta de destino, sem que a vítima tome ciência de que está sendo acompanhada. Quando descobre, já é tarde. Esses programas normalmente são instalados junto com apps compartilhados por links e mensagens comprometidas. Aqui é importante não baixar, em hipótese alguma, aplicativos fora das lojas oficiais - Google Play e Apple Store. Para serem disponibilizadas nessas lojas, os apps passam por filtros que garantem um mínimo de segurança”, pontua.

Mais de 1,6 milhão podem ser consumidores laranjas

Estudo inédito da Serasa Experian identificou que, atualmente, mais de 1,6 milhão de brasileiros podem ser considerados laranjas. Pessoas laranjas são aquelas que emprestam (mediando pagamento ou não) seus dados pessoais, como nome, CPF e conta bancária, para que outras pessoas registrem bens ou movimentem dinheiro sem serem identificadas. “O PIX tem sido um mecanismo de golpes de contas laranjas, pois facilita ao fraudador realizar múltiplas transferências de valores para diferentes instituições financeiras instantaneamente,oque torna difícil rastrear os montantes. Por isso, é importante que empresas, consumidores e organizações atuem juntos, com meios de proteção”, diz o diretor de Produtos de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, Caio Rocha, por meio de sua assessoria.

A conta laranja tem como objetivo a lavagem de dinheiro ou enriquecimento ilícito e é considerada crime. Um dos motivos para esse aumento na quantidade de perfis laranjas é a dificuldade de identificar essas pessoas, pois seu perfil se assemelha aos dos proprietários de contas legítimas. De todas as contas laranjas, 70% são contas alugadas com consciência ou coparticipação do titular. O restante são vítimas que têm seus dados roubados.

A Serasa divulgou um roteiro de quem é quem na “fraude laranja”. Os criminosos são fraudadores que aliciam pessoas, compram seus dados e os utiliza para fins ilícitos, como aquisição de bens ou empréstimos com intenção de não pagar ou abertura de contas bancárias para realizar lavagem de dinheiro. Os fraudadores também usam dados vazados ou roubados para criar uma conta laranja, além de invadirem contas com objetivo de fraudes bancárias. Já o “laranja amigo/ familiar” empresta seus dados para os fraudadores, muitas vezes sem nem saber como e para que serão utilizados. Há casos em que a pessoa tem seus dados roubados para que um amigo ou familiar crie uma conta bancária e a movimente.

Há também o perfil daquele que “quer dinheiro fácil”: indivíduo que vende ou empresta seus dados para ser utilizado para finalidade de fraude e recebe benefícios em troca. Neste caso, há dois tipos de perfis: o doador de dados e o gestor de dados. E por fim, a vítima é a pessoa que teve seus dados roubados e utilizados para abertura de atividades laranja sem conhecimento.

E quem está mais exposto a sofrer golpe com contas laranjas? Segundo a Serasa, geralmente, as pessoas mais sujeitas a sofrerem este tipo de golpe são aquelas sem históricos no mercado de crédito, trabalhadores informais, jovens negativados, idosos, pessoas com baixo nível de escolaridade e moradores de regiões com baixa infraestrutura.

Clique para receber as principais notícias da cidade pelo WhatsApp.

Você sabia que o Brasil éosegundo País do mundo que mais utilizou meios de pagamentos instantâneos em 2022? Só no ano passado, foram registradas 29,2 bilhões de transações no país,oequivalente a 15% do total registrado no mundo, de 195 bilhões.

Os dados são de duas pesquisas feitas por consultorias internacionais - ACI WorldWide eaPrime Time for Real- -Time Report-cujas notas foram emitidas pelo Banco Central em abril. O Brasil só perde paraaÍndia, que fechou 2022 com 89,5 bilhões de transações. “Entre 2022 e 2021, as transações de pagamento instantâneo cresceram 228,9% aqui no Brasil”, explica Gustavo Monteiro, diretor geral do AllowMe. Ele falou com o JP sobre golpes financeiros - que também disparam no País. O AllowMe é uma empresa de prevenção à fraude.

De acordo com dados divulgados pela Serasa Experian, com base em informações do próprio Banco Central, os golpes no sistema financeiro brasileiro bateram a marca de R$ 2,5 bilhões de prejuízos em 2022. Por isso que uma série de medidas foram anunciadas pelo BC para contribuir com uma maior segurança do PIX.

“Essas medidas vão permitir uma maior rastreabilidade de contas e chaves vinculadas a fraudes. As instituições financeiras poderão, mediante a denúncia de um usuário ou da análise de movimentações suspeitas, notificar uma infração de fraude, classificando-a como falsidade ideológica ou conta laranja, especificando ainda a sua suposta origem – golpe, estelionato, invasão de conta e/ou coação”, diz Monteiro.

E por que é tão fácil aplicar golpes via PIX? “Não é que seja fácil, mas os fraudadores costumam subverter as emoções das vítimas, induzindo-as a clicar em links ou fornecer informações privilegiadas. A busca por ferramentas de prevenção à fraude deve ser constante por parte das empresas. Uma transação de PIX não é menos segura do que um DOC ou um TED, por exemplo, porém, ele tem atraído a atenção dos criminosos por conta da sua instantaneidade. Em geral, os fraudadores atuam em cadeia e, ao conseguirem concretizar um golpe, transferem os valores obtidos a várias outras contas. E fazem assim de forma recorrente, dificultando a rastreabilidade daquele montante inicial”.

O especialista deu várias dicas para evitar golpes digitais. “É sempre importante que o usuário redobre sua atenção quando for fazer esse tipo de transação. Se é uma transferência a pedido de um amigo ou parente, é sempre importante checar se é um pedido legítimo – ligar, fazer chamada por vídeo, para garantir que não é um fraudador que teve acesso à conta ou ao celular desta pessoa. Se essa transferência é destinada a uma empresa, é importante se certificar que se trata de um canal oficial”, explica.

Monteiro alerta que há ainda golpes aplicados a partir da instalação de malwares, o que permite aos fraudadores o acesso remoto ao dispositivo, sem que o usuário se dê conta disso. “Então, quando ele abreoapp de um banco, tem um fraudador por trás acompanhando tudo, podendo, inclusive, alterar valores eaconta de destino, sem que a vítima tome ciência de que está sendo acompanhada. Quando descobre, já é tarde. Esses programas normalmente são instalados junto com apps compartilhados por links e mensagens comprometidas. Aqui é importante não baixar, em hipótese alguma, aplicativos fora das lojas oficiais - Google Play e Apple Store. Para serem disponibilizadas nessas lojas, os apps passam por filtros que garantem um mínimo de segurança”, pontua.

Mais de 1,6 milhão podem ser consumidores laranjas

Estudo inédito da Serasa Experian identificou que, atualmente, mais de 1,6 milhão de brasileiros podem ser considerados laranjas. Pessoas laranjas são aquelas que emprestam (mediando pagamento ou não) seus dados pessoais, como nome, CPF e conta bancária, para que outras pessoas registrem bens ou movimentem dinheiro sem serem identificadas. “O PIX tem sido um mecanismo de golpes de contas laranjas, pois facilita ao fraudador realizar múltiplas transferências de valores para diferentes instituições financeiras instantaneamente,oque torna difícil rastrear os montantes. Por isso, é importante que empresas, consumidores e organizações atuem juntos, com meios de proteção”, diz o diretor de Produtos de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, Caio Rocha, por meio de sua assessoria.

A conta laranja tem como objetivo a lavagem de dinheiro ou enriquecimento ilícito e é considerada crime. Um dos motivos para esse aumento na quantidade de perfis laranjas é a dificuldade de identificar essas pessoas, pois seu perfil se assemelha aos dos proprietários de contas legítimas. De todas as contas laranjas, 70% são contas alugadas com consciência ou coparticipação do titular. O restante são vítimas que têm seus dados roubados.

A Serasa divulgou um roteiro de quem é quem na “fraude laranja”. Os criminosos são fraudadores que aliciam pessoas, compram seus dados e os utiliza para fins ilícitos, como aquisição de bens ou empréstimos com intenção de não pagar ou abertura de contas bancárias para realizar lavagem de dinheiro. Os fraudadores também usam dados vazados ou roubados para criar uma conta laranja, além de invadirem contas com objetivo de fraudes bancárias. Já o “laranja amigo/ familiar” empresta seus dados para os fraudadores, muitas vezes sem nem saber como e para que serão utilizados. Há casos em que a pessoa tem seus dados roubados para que um amigo ou familiar crie uma conta bancária e a movimente.

Há também o perfil daquele que “quer dinheiro fácil”: indivíduo que vende ou empresta seus dados para ser utilizado para finalidade de fraude e recebe benefícios em troca. Neste caso, há dois tipos de perfis: o doador de dados e o gestor de dados. E por fim, a vítima é a pessoa que teve seus dados roubados e utilizados para abertura de atividades laranja sem conhecimento.

E quem está mais exposto a sofrer golpe com contas laranjas? Segundo a Serasa, geralmente, as pessoas mais sujeitas a sofrerem este tipo de golpe são aquelas sem históricos no mercado de crédito, trabalhadores informais, jovens negativados, idosos, pessoas com baixo nível de escolaridade e moradores de regiões com baixa infraestrutura.

Clique para receber as principais notícias da cidade pelo WhatsApp.

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.

Ainda não é assinante?

Clique aqui para fazer a assinatura e liberar os comentários no site.