ARTIGO

Os desafiantes do tempo: a nova geração de “superidosos”

Por Rogério Cardoso | 02/05/2023 | Tempo de leitura: 2 min

É cada vez mais comum encontrarmos idosos, ou como gosto de dizer, os "envelhescentes", com idade avançada. Reverter a idade ainda não é possível, mas ter cada vez mais vitalidade e acuidade intelectual está se tornando cada vez mais "normal". Os "superidosos" são pessoas com mais de 85 anos que estão vivendo com saúde e independência total, com excelente capacidade física e cognitiva e muitas vezes com vida ativa e produtiva. A idade é apenas um mero fator para essas pessoas.

Como ser um octogenário com cérebro de 50 anos? Como ser um octogenário com idade fisiológica de 50 anos? Como uma pessoa nessa idade consegue manter a função física de uma pessoa de 40 anos? Em um recente estudo intitulado "Super-aging and memory: challenges and opportunities", publicado no periódico "Current Opinion in Behavioral Sciences", foram mostradas características comuns entre esses idosos saudáveis. Entender esse envelhecimento pode ser a chave para a cura de várias doenças, como a demência, o Alzheimer, entre outras.

Uma das características comuns entre os idosos estudados é o estilo de vida saudável durante toda a sua vida, que inclui exercícios periódicos, grande atividade cognitiva e alimentação baseada em vegetais e frutas, além de um importante fator genético que os leva a envelhecer sem danos à saúde, apesar da idade. O estilo de vida saudável é capaz de mudar o nosso fenótipo, que é a manifestação de mecanismos genéticos em nosso organismo, e desta forma, modificar de alguma forma nosso destino genético. E digo aqui que em alguns anos haverá uma revolução do exercício com a genética.

Ter um estilo de vida ativo e produtivo produz modificações químicas no DNA que modulam a expressão de nossos genes. Assim, o nosso suposto destino baseado na informação genética pode ser reescrito pelo nosso estilo de vida. Isso é o máximo!

Mas além desses fatores, as evidências científicas mostram que estar engajado socialmente é um dos poderes dos "superidosos". Mas os mesmos estudos mostram que ter uma baixa participação social implica em maiores problemas de ordem neurológica.

Uma coisa é certa. De acordo com o estudo, alimentos processados pioram a função cognitiva a longo prazo. Então, quanto menos industrializada for a sua alimentação, melhor será seu envelhecimento. E isso é a contramão do que temos hoje, onde as pessoas estão cada vez mais consumindo alimentos industrializados e ficando cada vez mais doentes.

É importante ressaltar que nem todas as pessoas com mais de 85 anos se encaixam nesta definição de "superidoso". Alguns podem ter condições crônicas de saúde ou dificuldades cognitivas que limitam sua capacidade de viver de forma independente. Mas que você pode trabalhar para que isso aconteça, pode! É só começar ou se manter ativo! Vamos lá!

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