ARTIGO

Desafios da comunicação

Por André Salum |
| Tempo de leitura: 3 min

As ferramentas tecnológicas disponíveis na atualidade têm possibilitado uma rede de comunicação cujo alcance seria inimaginável até pouco tempo atrás. Conquista admirável da ciência e da tecnologia, a abrangência da comunicação e seus efeitos têm passado despercebidos da maioria de nós, quando simplesmente consumimos informações, comentamos e compartilhamos aquilo a que prestamos atenção, numa reação em cadeia cujas consequências nos escapam à apreciação.

Com relação à comunicação de massa, nem sempre nos damos conta dos fenômenos nela envolvidos e frequentemente somos direcionados, sutil ou ostensivamente, a dar atenção àquilo que satisfaça interesses alheios. Mais frequentemente do que imaginamos, somos manipulados e condicionados por forças que se movimentam para nos controlar, tanto quanto para nos induzir a comportamentos e atitudes conforme intenções nem sempre nobres.

Observa-se que milhões de pessoas seguem padrões de comportamento e consumo sem saberem ao certo por que o fazem, em automatismo quase hipnótico, encontrando-se muitas vezes enredadas na divulgação de notícias falsas ou degradantes, irradiando e espalhando energias destrutivas, contaminando psiquicamente todos os que se encontram sob sua influência.

Se tivéssemos consciência de nossa responsabilidade quanto ao uso dos meios de comunicação ao nosso dispor, certamente seríamos mais criteriosos quanto àquilo a que prestamos atenção, tanto quanto ao que oferecemos aos demais. Reconheceríamos e aproveitaríamos as imensas e preciosas oportunidades de divulgar conteúdo construtivo, educativo, iluminativo e útil, deixando de descarregar os tóxicos psíquicos com os quais temos nos envenenado uns aos outros. Torna-se, nos tempos atuais, fundamental o cultivo da lucidez, do discernimento e da intuição, a fim de não sermos hipnotizados pelos padrões de pensamento, emoções e comportamento disfuncionais e pervertidos predominantes no mundo atual.

Cremos que a visão imediatista, superficial e materialista da vida, do mundo, das pessoas e de seus relacionamentos de tal modo tem contaminado a mente humana que se torna urgente um processo educativo que dê especial atenção ao autoconhecimento e ao reconhecimento de leis, princípios e valores que orientem com segurança a conduta humana. À medida que despertamos a consciência espiritual e a ela nos submetemos, nossos caminhos existenciais são mudados para melhor. Saímos da hipnose egoica para a lucidez da alma, caminho que todos, mais cedo ou mais tarde, acabam por trilhar, como parte do processo evolutivo. Facilitar o ingresso nesse caminho é o papel das orientações de natureza espiritual que têm sido incessantemente ofertadas à humanidade.

Sob uma visão espiritual e evolutiva, enquanto nos encontramos polarizados nas dimensões mais densas do nosso ser, permanecemos sujeitos ao jogo de forças desses níveis, portanto vulneráveis a disfunções físicas e desequilíbrios psíquicos, como tão frequentemente nos ocorre, inclusive no modo como nos comunicamos. À medida que despertamos a consciência espiritual, gradualmente nos desvinculamos da dependência dos níveis materiais, apreciando coisas, situações e pessoas de uma perspectiva mais elevada. Aqueles que mais avançaram nessa jornada afirmam que tal estado nos permite sentir a inspiração para atitudes corretas, possibilitando-nos usar os recursos disponíveis, como os de comunicação, para os elevados fins da existência que nos cabe alcançar.

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