ARTIGO

Comemoraremos: 1º de maio, “Dia do Trabalhador”

Por José Osmir Bertazzoni |
| Tempo de leitura: 3 min

O Surgimento do trabalhador operário: durante o século XVIII a humanidade mudava seu comportamento deixando o sistema de produção artesanal para avançar no processo de manufatura industrializada de bens e bens de consumo. Surgia a transformação do trabalho; evidencia-se um intenso esforço pela racionalização da produção visando maior rendimento por métodos industriais.

Na Inglaterra se deu o início da industrialização e rapidamente se alastrou para toda a Europa e outros continentes. A Revolução Industrial foi responsável pelo surgimento dos grandes centros urbanos, fato que gerou, consequentemente, uma grande concentração de pessoas em seu entorno, sobretudo de operários, cujo trabalho mantinha as indústrias.

Surge então uma legião de homens e mulheres, nasce o conceito de operário, aqueles trabalhadores que se dedicariam em vender sua mão-de-obra aos donos do capital.

Como todo ato humano necessita de regulação em razão da cobiça e da ganância, nos primórdios desta relação as horas trabalhadas eram excessivas e o relacionamento entre empregado e empregador nem sempre amistoso.

Com o capitalismo surge o movimento sindical, orientados para defender os abusos na relação de trabalho, considerando que nesta relação o trabalhador era a parte mais frágil (hipossuficiência diante do poder do capital econômico).

No final do século XIX, nos Estados Unidos da América, no Brasil e em outros países ocidentais o dia 1º de maio é comemorado como o “Dia do Trabalhador”.

A escolha da data foi em decorrências históricas de muitas manifestações e conflitos na incipiência dessa relação entre capital e trabalho que, infelizmente remonta até nossos dias com a régua de dosagem sempre espremida em relação à mão-de-obra.

Nos primórdios do capitalismo os lucros eram exorbitantes e o trabalho (mão-de-obra) não recebia a recompensa justa, os pagamentos pela tarefa sequer dava condições de sobrevivência ao trabalhador e aos seus familiares.

Naquele tempo a exploração era do capital sobre o trabalho, hoje o grande explorador é o mercado especulativo, (grandes bancos e corporações internacionais) que usurpam do tesouro do trabalho realizado por homens e mulheres.

A história registra que no dia 1º de maio de 1986, na cidade de Chicago, os trabalhadores entraram em greve reivindicando melhores salários e jornada de trabalho inferior a 12 horas diárias de labor e que resultou em forte repressão policial e estímulo a violência que ocorreram nos dias seguintes.

No dia 4 de maio, durante manifestação na praça Haymarket (Chicago) uma bomba explodiu matando sete pessoas e ferindo outras dezenas. Os policiais atiraram contra manifestantes com o fito de cessar o movimento; ocorreu revide com centenas de trabalhadores entrando em luta de resistência e violência generalizada. Assim o dia 1º de maio, tornou-se símbolo para as manifestações e lutas por direitos trabalhistas em várias partes do mundo.

No Brasil a comemoração do dia 1º de maio começou em 1890 após o fim da escravidão e instituição da República. Sem os horrores da escravidão o Brasil abriu as portas para os imigrantes que surgiam, em sua maioria da Europa para o novo formato de trabalho produtivo.

Com essa nova realidade começaram a se formar movimentos de trabalhadores, sobretudo, no Estado de São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1917, na cidade de São Paulo, a ocorrência de uma das maiores greves gerais já registradas no país.

Muitos movimentos de trabalhadores ocorreram no Brasil após a Proclamação da República, porém, creio, que em 1917, no Brasil se deu impulso aos movimentos dos trabalhadores e trabalhadoras que radiou uma geração de homens e mulheres dispostos a lutar e de dialogar por justiça social.

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