FAMOSA PAMONHA

Na década de 1960, Piracicaba produzia cerca de 5 mil pamonhas por dia

Por Ronaldo Castilho | ronaldo.castilho@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/Centro Rural de Tanquinho
Pamonhas de Piracicaba são conhecidas nacionalmente
Pamonhas de Piracicaba são conhecidas nacionalmente

“Pamonhas, pamonhas, pamonhas. Pamonhas de Piracicaba. É o puro creme do milho-verde. Venha provar minha senhora, é uma delícia, pamonhas fresquinhas, pamonhas caseiras, pamonhas de Piracicaba!” Este slogan, tão habitual aos moradores de da cidade e de muitos municípios do interior paulista, deixou a Pamonha de Piracicaba a mais famosa do Brasil.

A iguaria é uma espécie de massa ou bolo feito de milho verde, tendo como ingredientes opcionais o leite de coco, a manteiga ou margarina, canela, erva-doce e açúcar. As pamonhas são cozidas em água fervente em saquinhos ou tubos feitos com a própria palha de milho ou folhas de bananeira atados nas extremidades.

O Centro Rural de Tanquinho realiza todo mês de março, a tradicional Festa do Milho. Este ano foram utilizados cerca de 80 mil espigas de milho verde, que produziram 10 mil pamonhas. “A 47ª Festa do Milho que foi realizada em março, foram produzidas 10 mil pamonhas, sendo uma das iguarias mais procuradas da festa”, disse José Albertino Bendassolli, presidente do centro e organizador da festa.

Oito países já importam a pamonha brasileira: Canadá, Estados Unidos, Portugal, Suíça, Bélgica, Irlanda, Inglaterra e Japão, já que muitos brasileiros que consumiam as pamonhas no Brasil, se mudaram para esses países e abriram o mercado internacional para as pamonhas.

Em Piracicaba, a pamonha de 250 g sem recheio é comercializada a R$9 e as recheadas com queijo, goiabada, coco ou linguiça calabresa custam R$ 10. Uma mão de milho que, seria aproximadamente 60 espigas, rende de 24 a 40 pamonhas.

Segundo Valdemir Assarisse, da Fábrica Di Pamonha, a empresa fabrica aproximadamente 1.000 pamonhas por dia. “Usamos o milho que plantamos. Nossa pamonha é comercializado em Piracicaba e cidades do interior do estado. Na pandemia tivemos uma queda, mas o mercado está retomando de forma acelerada”, comemorou.

EM PIRACICABA

As pamonhas de Piracicaba tornaram-se famosas pelo simples fato de a cidade ter uma grande produção desse alimento. Na década de 1960, o município fabricava aproximadamente 5.000 pamonhas diariamente para serem distribuídas em todo estado de São Paulo.

E, você sabe porque esta iguaria se chama pamonha? Em seu Dicionário de Palavras Brasileiras de Origem Indígena, Clóvis Chiaradia conceitua a pamonha como vinda do Tupi Guarani “apá-mimõia”, que significa envolvido e cozido. Na descrição conta como um “bolo de milho verde, leite de coco, manteiga, canela, erva-doce, açúcar cozido nas folhas do próprio milho”.

VALOR NUTRICIONAL

Para Liliane Camuzzo Ortiz, nutricionista esportiva, o milho é predominante rico em carboidratos, portanto tem um alto valor energético. “O milho consumido no Brasil é conhecido popularmente com milho verde, e, como tal, pode ser consumido cozido ou assado, processado para fazer curau, pamonha e suco,eainda, como ingrediente para fabricação de bolos, biscoitos e sorvetes”, disse.

“Em termos nutricionais, o milho tem um alto teor de energia, além de apresentar vitaminas Aecomplexo B, sais minerais como ferro, fósforo, potássio, cálcio”, explicou a especialista em alimentos.

Para os diabéticos vai um alerta: “Diabéticos podem, sim consumir milho, desde que associado a uma alimentação rica em fibras, porém só podem consumir pamonha quando feita com adoçantes dietéticos”, alertou a nutricionista.

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