O “A Encarnado” é o símbolo da Associação Atlética Acadêmica Luiz de Queiroz, a AAALQ. A história da sua criação é curiosa. Quem contou detalhes ao JP foi o ex-aluno, professor e engenheiro agrônomo Zilmar Ziller Marcos, de 89 anos. “Em 1931, o estudante de agronomia Ismar Ramos queria um símbolo que identificasse os nossos atletas. Num momento, ao ver um grande sapo, percebeu que as pernas da frente do bicho, arqueadas, e a linha da boca, sugeriam a letra A com um traçado peculiar”. Ramos, que formou-se em 1933, fez o desenho do “A” em cor vivo-carmim, e rapidamente o símbolo já estava estampado no uniforme do time de bola ao cesto da Associação Atlética. Em 1934, Philippe W. Cabral de Vasconcelos Filho, formado em 1937, coletando material para um trabalho de Botânica, encontrou uma pequena aranha que tinha no dorso do abdomen a letra “A” com traçado semelhante ao “A” do sapo. O tal bicho, chamado depois de Metadiaea litterata, acabou ficando esquecido por décadas, até que em 1940, Romeu Italo Ripoli, formado nessa época, não gostava da figura do sapo e viu em um bulldog Inglês o perfeito encaixe do A nas pernas tortas do cão.
Conta a história que ao jornalista Delfim Rocha Neto é dado o crédito de ter batizado o logo com o nome de “A Encarnado” e ter sido o principal divulgador do símbolo. Zilmar escreveu que Guido Ranzani, formado em 1941, compôs dois gritos de guerra, um deles com esse título. Em 1982, o próprio Zilmar, formado em 1955, compôs um hino de guerra que tem o nome de “Tang-a-weska A Encarnado”.
Em 1987, Zilmar foi escolhido como paraninfo dos formandos em Engenharia Agronômica e, pensando em marcar sua gratidão pela honraria, lembrou-se de ter ouvido, quando aluno, a história de um bicho que teria no corpo a letra A. De uma conversa com o Prof. Piza resultaram a confirmação da história, uma cópia da separata com a foto original da aranha, o desenho de uma aranha mais agressiva e com novas cores, uma pequena mas importante alteração no traçado a letra “A” e a publicação no JP em 17/10/1987 de uma pequena nota, escrita pelo Prof. Piza, com o título “Reencontro com Metadiaea”.
Em 1975, uma empresa contribuiu com custos à época oferecendo as camisetas com a estampa da aranha Metadiaea. “Um dos formandos da turma de 1987, Décio Suzuki, apelidado Kaki, pintou o “A Encarnado” e a aranha Metadiaea litterata na caixa d’água próxima ao Campus.
“É uma história curiosa, que passou por muitos alunos da Esalq e que fica para a história”, diz Zilmar.
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