O medo da inflação, disseminada pelas mídias em geral, com o aumento dos valores dos produtos de consumo pode levar muitos consumidores a alterar seus comportamentos na hora de efetuar suas compras. Os alimentos nas prateleiras dos supermercados tem sido um dos grandes vilões, e nesse último sábado os remédios ficaram mais caros, e comparado ao aumento do salário mínimo, sabemos que a população em geral, principalmente os idosos com a aposentadoria vem perdendo seu potencial de compra, necessitando de pesquisas visando menores valores para conseguirem um ajuste na economia de casa para manterem seus padrões e a qualidade de vida.
Uma das atitudes dos consumidores em épocas de inflação é a estocagem de alimentos, remédios. Os indivíduos ficam apreensivos nessa circunstância e a atitude de estocagem envolve custos embutidos, e ainda muitos produtos são perecíveis e muitas famílias fazem a estocagem em ambientes inadequados, limitando suas validades. A população queixa-se desse momento, porém na década dos anos 80 e 90, em época de inflação os valores dos produtos em geral alteravam-se várias vezes no mesmo dia. O comportamento da estocagem é arriscado, pois pode acarretar no estimulo do aumento da inflação, piorando o quadro econômico do país, pois com o aumento da demanda os preços sobem ainda mais, os produtos ficam em falta até as empresas realizarem a reposição nas prateleiras dos estabelecimentos.
Atualmente segundo o professor do mercado financeiro da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite, compartilha que os riscos de uma inflação que pode levar a população à estocagem em massa de produtos em geral é quase inexistente, devido os mecanismos econômicos terem sido aprimorados no nosso país, encontrando-se em uma posição diferente de épocas passadas. Portanto não corremos esse risco, a população somente fará estoque se perderem a confiança na moeda e a inflação disparar, porém ainda não é o caso, e a inflação não tende a ser generalizada, pode até ocorrer pontualmente com poucos produtos.
Outro ponto importante é que a inflação atual dos alimentos é protagonizada por todos os países, uma vez que estamos superando um período de pandemia em um passado próximo, que afetou o mundo em geral. Vale evidenciar que a população mais idosa, em casos pontuais de brasileiros, tem ainda muito presente a pressão sofrida no passado, com a inflação, e as pessoas menos beneficiadas financeiramente, são geralmente os indivíduos da sociedade mais afetados com a alta dos preços. Porém o comportamento comum na população como um todo tem sido a substituição de produtos e alimentos mais caros por outros que estejam mais baratos.
Atualmente os maiores riscos que estão vinculados é de indexação de preços nos salários, ou seja, que os salários pudessem ser reajustados de acordo com a inflação, porém essa não condiz com a realidade, pois as empresas aumentar os preços de seus produtos e serviços, causando uma reação em cadeia prejudicial para a economia como um todo. Podendo desencadear o desemprego no país e conseqüentemente o aumento da miséria que compromete o bem estar e a saúde mental da população. Segundo Stella Brandão Goulart, do departamento de psicologia da Fafich, que abordou a piora na saúde mental dos brasileiros provocada pela preocupação com o aumento do custo de vida e do desemprego, demonstrando os desdobramentos da crise e como elas impactam na vida dos indivíduos.
O público mais vulnerável são as classes mais pobres e os excluídos socialmente, como a população de rua que cresce junto com a inflação. E a queda do padrão de vida e do poder de compra provoca muita insegurança psicológica, derivada do desamparo, frustração e desilusão, podendo fazer muitas pessoas adoecerem fisicamente e ou psicologicamente e ainda desenvolverem hábitos nocivos à saúde.
--------------
Os artigos publicados no Jornal de Piracicaba não refletem, necessariamente, a opinião do veículo. Os textos são de responsabilidade de seus respectivos autores.