NAS ESCOLAS

Pesquisa aponta que 48% dos estudantes da rede estadual de ensino já sofreram violência

Pesquisa foi encomendada pela Apeoesp e ouviu alunos, seus familiares e professores no 1º bimestre

Por Beto Silva | 30/03/2023 | Tempo de leitura: 2 min
beto.silva@jpjornal.com.br

Claudinho Coradini/JP

Maioria dos entrevistados disse ter conhecimento de casos de violência em escolas
Maioria dos entrevistados disse ter conhecimento de casos de violência em escolas

Quase a metade dos estudantes de escolas estaduais ouvidos por uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, encomendada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de Ensino no Estado de São Paulo), sofreu algum tipo de violência nas dependências das escolas que frequentam.

Entre os professores,opercentual é de 19%. O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (29), pela presidente da Apeoesp e deputada estadual Professora Bebel (PT), ouviu 1.250 estudantes, 1.100 professores e 1.250 familiares de alunos em todo o Estado de São Paulo entre 30 de janeiro e 21 de fevereiro deste ano e também revela que apenas quatro em cada dez estudantes da educação pública estão em escolas que oferecem apoio emocional.

Conforme a pesquisa, os números são ainda mais alarmantes quando professores, alunos e familiares são perguntados se souberam de casos de violência nas escolas que frequentam: 71% dos estudantes, 73% dos familiares e 41% dos docentes responderam que sim. A pesquisa revela ainda que neste contexto, 69% dos alunos, 75% dos seus familiares e 68% dos professores enxergam como média ou alta a violência nas escolas estaduais de São Paulo.

Todos os entrevistados concordam que o governo estadual deveria dar mais condições de segurança. De acordo com a pesquisa, ainda, os casos de violência mais citados são diferentes entre os professores e os alunos. Para os professores, a maioria dos casos diz respeito à agressão verbal, enquanto os estudantes citam o bullying como principal vetor da violência.

Praticamente todos entrevistados (95% dos estudantes e dos familiares e 91% dos professores) concordam que questões de saúde mental como esgotamento, ansiedade e outros problemas se tornaram mais relatados por estudantes e professores. Porém, enquanto a grande maioria diz haver necessidade de projetos de acompanhamento da saúde mental nas escolas, pouco mais da metade dos entrevistados diz que a escola tem iniciativa desse tipo.

Para Bebel, faltam funcionários nas escolas,opoliciamento no entorno das unida des escolares é deficiente e, sobretudo, não existem políticas de prevenção que envolvam a comunidade escolar. “O programa de mediação escolar, criado em 2009 pela secretaria da Educação, a partir de proposta da Apeoesp, em que professores trabalhavam na solução de conflitos e harmonização do ambiente escolar, foi praticamente abandonado. As consequências se faz sentir no crescimento do número de casos”, afirmou.

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