ARTIGO

Exercício físico é um dos melhores antidepressivos que existem

Por Rogério Cardoso | 27/03/2023 | Tempo de leitura: 2 min

Desde o início da pandemia, a depressão tem tomado conta de uma parte dos brasileiros. Estima-se que pelo menos 6 milhões de brasileiros estejam deprimidos. As causas da depressão são inúmeras, entre elas desequilíbrios químicos no cérebro, genética, traumas emocionais, estresse, doenças físicas e até medicamentos podem tornar uma pessoa depressiva.

Os sintomas mais comuns de quem está deprimido são o sentimento de tristeza, ansiedade ou vazio, além de alterações de apetite, dificuldade para dormir ou a pessoa não querer sair da cama, perda de interesse em coisas que antes a deixavam feliz, pensamentos de morte ou suicídio e o sentimento de desesperança.

Um estudo recente publicado no periódico BMC Medicine, intitulado “The effectiveness of exercise in the treatment of depression and anxiety in adults: a systematic review and meta-analysis”, traz uma informação extremamente importante: a prática regular de exercício físico pode evitar até um terço dos casos de depressão e tem o mesmo poder que remédios usados para o tratamento da depressão.

O estudo foi realizado com cerca de 37 mil pessoas que deveriam realizar pelo menos 75 minutos por semana de exercícios intensos. Caso chegassem entre 2 a 5 horas de exercício por semana, chegariam ao ideal para diminuir em um terço a chance de depressão.

Além do tratamento farmacológico, sabemos que a atividade física é amplamente prescrita pelos médicos como um aliado. O exercício promove uma série de mudanças fisiológicas no corpo, como a liberação de neurotransmissores como serotonina, noradrenalina e dopamina, que estão associados aos sentimentos de felicidade e bem-estar, e que têm o poder de atuar junto aos remédios usados para o tratamento da depressão, como fluoxetina, sertralina, paroxetina, citalopram, amitriptilina, imipramina, tranilcipromina, nortriptilina, entre outros. Posso dizer que já tive alguns alunos que trocaram esses remédios pela corrida com assessoramento médico.

Caso conheça alguém que esteja nesse estágio depressivo, talvez seja difícil tirá-lo do lugar. Mas compartilho aqui uma experiência que tive ao ajudar um aluno a sair desse estágio. Não pense em grandes metas. Pense pequeno, mas constante! Se não quiser ir à academia ou andar por 20 minutos, sente e levante da cadeira 10 vezes, caminhe 1 minuto. Escreva isso em um quadro, faça disso um jogo. Vá aumentando gradualmente a cada semana. Se você se levantou 10 vezes, tente agora se levantar 2 vezes 10 vezes. Anote e siga esse caminho até que um dia a produção de neurotransmissores seja tão grande que você se sinta encorajado a sair de casa. Isso aconteceu com um aluno meu e pode servir para alguém que você conheça!

Lembro de uma música que aprendi nas aulas de Psicomotricidade na UFRJ, faculdade na qual eu me formei. “Movimentar é bom, bom, bom, bom, bom, bom,bom,bom, bom, bom, bom, por isso agora eu vou me movimentar que é para não enferrujar!” Movimente-se e combata a depressão que pode acontecer com qualquer pessoa. Até a próxima!

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