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‘Alegria, felicidade, família’: Após um ano, Gaap retoma atividades em apoio à adoção

Por Roberto Gardinalli | roberto.gardinalli@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Há dez anos, Gaap recebe famílias que têm o interesse de adotar e que já adotaram
Há dez anos, Gaap recebe famílias que têm o interesse de adotar e que já adotaram

Adoção, um tema que ainda é considerado tabu para a sociedade, mas que representa esperança para crianças, adolescentes e adultos que desejam constituir uma família. Em Piracicaba, o acesso às informações sobre o processo e serviços importantes para o caminho da adoção foi interrompido de forma brusca por falta de verbas para a execução dos projetos. De portas fechadas por um ano, o Gaap (Grupo de Apoio à Adoção de Piracicaba) teve o retorno das atividades anunciado em fevereiro de 2023, após aprovação do projeto pelo Cmdca (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), e aporte financeiro do Fumdeca (Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente).

O Gaap já existe há dez anos, e recebe famílias que tem o interesse de adotar e que já adotaram.

“Não tinha dinheiro em caixa para executar o projeto. Agora que nós voltamos, percebemos quantas perdas tivemos nesse processo. Muitas famílias acabaram desistindo da adoção porque não tinham o acolhimento, outras ligavam pedindo orientação. A gente até tirava dúvida, mas era tudo por fora”, contou a coordenadora do Gaap, a psicóloga Jhenifer Eleutério.

O Gaap faz atendimento de famílias que se interessam ou que já adotaram. Lá, elas encontram acompanhamento psicológico, orientação para o início do processo, além da realização de encontros com grupos de pessoas na mesma situação. Apesar de não serem responsáveis pelo processo, o grupo é tido como um local de orientação e acolhimento.

FAMÍLIA

Atualmente, Piracicaba tem 150 famílias na fila para adoção, e outras 75 que já adotaram. A Vara da Infância e da Juventude não informou quantas crianças e adolescentes estão na espera. A busca por informações faz o grupo se tornar uma referência. O caso da professora Paula de Oliveira Souza e do pintor Márcio Aparecido Tobaldini, é exemplo de quem teve certeza após entrar em contato com o grupo. “Um casal amigo nosso começou o processo de adoção e a gente acompanhou eles. Decidimos nos informar, primeiro, sobre o apadrinhamento, conseguimos apadrinhar uma menina e continuamos até hoje. Quando fomos na Vara da Infância e da Juventude, conhecemos as meninas do Gaap, e passamos a frequentar os grupos”, conta a professora. “Ajudou muito até mesmo na questão da idade. Hoje, nosso perfil é de 4 a 8 anos. O Gaap também ajudou muito a gente a ter certeza da adoção”, contou Márcio. “Comigo, que sempre tive a vontade de adotar, não importava a idade. Mas depois que apadrinhamos, decidimos adotar uma criança mais velha porque vimos a realidade”, completou Paula. O casal ainda espera o telefonema da Vara.

Quem também decidiu pela adoção tardia foi a família de Ana Claudenice de Souza e Eduardo de Souza. Ana teve dificuldades para engravidar, e, por isso, decidiram ir atrás da adoção. A espera durou quatro anos, até que, em 2019, conheceram os irmãos Nicolas, que hoje tem 10 anos, e Murilo, de 11 anos. “O telefone tocou no dia do aniversário da Ana. Eu tentei segurar até o dia seguinte para não deixar ela ansiosa, mas quando contei, quem disse que dava para esperar?”, contou Eduardo. “Quando fomos conhecer eles, estávamos um pouco apreensivos. Eles já chegaram se preparando para brincar”, contou Ana. O casal, então, começou a aproximação dos irmãos. Logo, eles não queriam mais se separar. “A gente se encontrava toda semana, mas teve um dia que não íamos conseguir. Avisamos eles que só íamos nos ver na outra semana”, contou Eduardo. “Quando vimos eles de novo, já tivemos certeza de que queríamos adotar eles”, completou. O final do processo aconteceu em uma data simbólica: o dia dos pais de 2019. “Foi o melhor presente de dia dos pais”, disse Eduardo. Quatro anos depois, os irmãos resumem a história em poucas palavras: “alegria, felicidade, família”.

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