ARTIGO

Bullying: isso não é brincadeira!

Por Júnior Ometto | 04/03/2023 | Tempo de leitura: 3 min

O bullying é a prática de atos de violência física ou psicológica, de forma intencional e repetida, cometidos por um ou mais agressores contra um indivíduo que não é aceito por um grupo, geralmente na escola. É todo tipo de tortura física ou verbal que atinge e prejudica um grande número de vítimas, tanto aqui no Brasil como no mundo. O termo "Bullying" deriva da palavra "bully", ou seja: tirano, brutal.

O agravante é que, na maioria dos casos de homicídio ou suicídio, há uma situação intrínseca de bullying... Estamos tratando do tipo de violência que mais cresce no mundo! Tenho atendido muitas vítimas, na maioria adolescentes, e o quadro é realmente muito triste, porém, reversível, para quem procura ajuda e se dedica.

Infelizmente, a falta de conhecimento e conscientização deste sério problema é mais uma vez o motivo de tanto sofrimento. Violência que pode ser demonstrada de forma verbal ou física (mas com igual intensidade de terror para suas vítimas). A diferença, se assim podemos chamar, é que na violência física, temos algo concreto a enxergar, mas na violência verbal ou moral, o sofrimento é silencioso e imperceptível aos olhos de quem não está passando por ele.

Fala-se muito, mas pouco é feito para erradicar essa violência. Pais precisam observar e entender melhor seus filhos, professores e escolas mais atentos a esse assunto e às suas causas; políticos e organizações precisam agir com mais intensidade. A humanidade precisa colocar sua atenção na prevenção dessa violência, que avança sem piedade e causa cada vez mais estragos.

Quem o pratica, tem a necessidade de demonstrar sua força, sentir-se poderoso. Lógico, se tem esta necessidade é porque algo está faltando ou então não está bem resolvido ou aceito dentro dele: uma pessoa que precisa de ajuda e que, por algum motivo, não procura ou não se empenha em resolver-se. Porém, nada justifica a violência.

Na história da maioria dos criminosos ou dos suicidas, há alguma evidência de bullying, praticado ou recebido!

Estamos numa era de muita informação e pouco conhecimento e, o pouco conhecimento, não tem se transformado em comportamento, o que deixa esse mundo perigosamente teórico e incoerente, mesmo porque conhecimento só é poder quando colocado em prática.

O bullying é mais um triste exemplo das consequências que os problemas emocionais – que crescem estatisticamente – estão causando neste Planeta.

Precisamos lutar para que o respeito, a ética e a tolerância sejam cada vez mais valorizados e as crianças precisam entender isso desde cedo, se quisermos uma sociedade mais humana e justa. Inteligência emocional não deve ser assunto só de adultos!

Por outro lado, estatísticas apontam que praticamente 50% das crianças e adolescentes que sofrem bullying não procuram ajuda. Se fecham em seus problemas, angústias e isso torna o quadro cada vez mais devastador a curto, médio e longo prazos.

Nesta violência, três grupos entram em campo: autores, vítimas e espectadores. Precisamos nos unir para enfrentá-la. Autores precisam se encontrar consigo mesmos, resolver seus problemas interiores. Vítimas precisam se abrir, falar, procurar ajuda, denunciar. Espectadores devem entrar no palco e atuar como protagonistas para que atitudes sejam tomadas efetivamente contra o bullying.

Seres humanos não são iguais. O que para você é suportável, para o outro talvez não seja. Aí entra a empatia (respeito). Uma simples “brincadeira” ou uma humilhação pode liquidar com a vida de alguém, de maneira rápida ou lenta, seja pessoalmente ou via internet, o que neste caso chamamos de cyberbullying.

Escolas precisam estar atentas a situações que possam se enquadrar nesse tipo de violência e atuar imediatamente para coibi-la.

Fim do preconceito! Conscientização. Conhecimento aliado a comportamento.

"O voo até a Lua não é tão longe. As distâncias maiores que devemos percorrer estão dentro de nós mesmos." (Charles de Gaulle)

--------------

Os artigos publicados no Jornal de Piracicaba não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.  Os textos são de responsabilidade de seus respectivos autores.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.