RIQUEZA

Estudo coloca Piracicaba como a 40ª cidade mais rica do país, mas revela renda desigual

Por Roberto Gardinalli | roberto.gardinalli
| Tempo de leitura: 2 min

A população de Piracicaba é a 40ª com a maior renda média entre as cidades brasileiras com mais de 50 mil habitantes. Os dados são do Mapa da Riqueza, pesquisa divulgada pelo Centro de Políticas Sociais da FGV (Fundação Getúlio Vargas). De acordo com o estudo, Piracicaba é a 48ª cidade brasileira com maior patrimônio médio.

De acordo com o estudo, a média de renda da população é R$ 2.202,19. O número chega a ser maior do que a média nacional, que é de R$ 1.310. Com relação ao patrimônio líquido, a média de Piracicaba é de R$ 82.415,09, também acima da média nacional, que é de R$ 47.432
A pesquisa foi feita com informações do IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física), ano base 2020, o último disponível para análise da Receita Federal. Atualmente, 26% da população local declara imposto de renda. Entre os declarantes, a renda média é de R$ 8.450,12. Com relação ao patrimônio líquido, o valor dos declarantes salta para R$ 316.239,02.

RENDA E DESIGUALDADE
A conclusão gerada pelos economistas da FGV é a de que a desigualdade no Brasil segue acima do esperado, principalmente por causa da pandemia de covid-19. “O ranking revela algo muito preocupante, que é a piora no indicador que mede a desigualdade de renda. Foi observada uma melhora na distribuição de renda no Brasil até 2014. Depois disso, com a sequência de crises política, econômica e sanitária, observamos piora na distribuição de renda no Brasil, mas não aos patamares recém divulgados pelo estudo da FGV”, cita Cristiane Feltre, economista do Observatório RMP.

Ainda de acordo com a economista, a desigualdade pode ser observada em Piracicaba quando a renda média entre a população geral e a dos declarantes é comparada. “A renda média dos declarantes é de R$ 8.450,12, o que representa apenas 26% da população. Quando se observa a renda média da população piracicabana, de R$ 2.200,19, é possível visualizar a disparidade de renda no município. A medida de ‘riqueza’ fornecida ofusca a nossa realidade social, visto o número de pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza, que ultrapassou mais de 40.000 habitantes, segundo o CadÚnico”, explicou. “O fato de Piracicaba ocupar essa posição no ranking é relacionado em partes com a atratividade do município para investimentos industriais. Geralmente, os empregos industriais formais são mais bem remunerados, e atraem empregos em serviços complexos que alcançam uma parcela pequena da população”, finaliza.

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