ARTIGO

Que corrida é essa?

Por Júnior Ometto | 04/02/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Quanta notícias estarrecedoras lemos e assistimos diariamente... Quantas estatísticas (infelizmente crescentes) sobre infelicidade, doenças emocionais e suicídios tomam conta de nossa rotina... Quanta desigualdade e injustiça assombra a sociedade atual!

Paradoxalmente, observe que esse tipo de notícia e tantas aberrações da vida, gradativamente estão virando apenas “fatos corriqueiros” e é preciso mudar o destino trágico de tantas pessoas. O que vamos fazer por essa causa? Apenas nos surpreender e assistir passivos e horrorizados?

A fila dos que insistem em viver apenas pelo trabalho, pelo dinheiro e por futilidades cresce assustadoramente. Certamente você conhece ou ouviu falar de avós que tiveram mais de 6 filhos, e, com muito suor, conseguiram dar uma vida digna para todos eles!

Por que essa loucura de se ter o melhor carro, a melhor casa, as melhores viagens, as melhores marcas e outros tantos subprodutos de uma ilusória ideologia?

Tem sido estarrecedor como - em tão pouco tempo - as prioridades, virtudes e o uso sábio do tempo foram trocados de uma forma tão drástica.

Antigamente a gente via aquela foto de nossos pais e familiares na praia, com uma sunga de envergonhar qualquer um. Levávamos lanche de casa, porque não tínhamos dinheiro. Os adultos riam e as crianças faziam aquela bagunça. Éramos felizes, sem nos importar com o local. Hoje, parece que nada mais sacia. A cada dia vemos a ideia de família sendo esquecida e entrando a ideia da individualidade, da falsa liberdade, do falso prazer, das relações vazias e desencontradas.

Uma antiga campanha do “Citibank” mostrou ao mundo o que é fazer Marketing de valor e com responsabilidade social. Nessa campanha foram utilizadas várias frases de impacto, que são excelentes complementos para a reflexão desta semana:

"Crie filhos em vez de herdeiros".

"Não é justo fazer declarações anuais ao Imposto de Renda e nenhuma para quem você ama."

"Você pode dar uma festa sem dinheiro. Mas não sem amigos."

"Para cada almoço de negócios, faça um jantar à luz de velas."

"Por que as semanas demoram tanto e os anos passam tão rapidinho?"

"Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se esqueça, vírgulas significam pausas..."

"...e quem sabe assim você seja promovido a melhor amigo / pai / mãe / filho / filha / namorada / namorado / marido / esposa / irmão / irmã... do mundo!"

Finalizando:

"Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim, ele saberá o valor das coisas e não o seu preço."

Reflita sobre suas “necessidades”. O que você tem realmente é o que você precisa? O que você faz é exatamente o que você gosta? É preciso ter a atitude de sair do piloto automático de nossas vidas e nos conhecer melhor. Não há outro caminho para mudar este mundo. Mesmo porque – reflita - no final de sua vida você não vai se lembrar de todas as coisas materiais que acumulou, mas vai se lembrar de todas as experiências incríveis que viveu, de quem você amou e como foi amado verdadeiramente, dos pequenos e mais simples detalhes (que você viveu ou que deixou de viver).

Não há nada de errado em conquistar o que você deseja, desde que o que você deseja ou tem não te escravize, aliene ou tire sua visão do que realmente vale a pena nesta passagem tão curta que temos por aqui.

Vamos dar um tempo para nós mesmos, desacelerar corpo e alma.  A vida é muito mais que dinheiro, poder e bens; apegos...

Que corrida é essa?

Não deixe para refletir e mudar isso quando for tarde demais.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.