Zona de conforto: confortável mesmo?

Por Júnior Ometto | 28/01/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Sedutora e desastrosa? Como essa tal “zona de conforto” tem sido falada ultimamente... mas, afinal, quem é ela? Você faz parte? Isso é bom ou ruim? Fazer o que é mais fácil, reclamar, procrastinar, cobrar ferramentas, mas não usar as que tem, (afinal, para que gastar energia extra se a que gastamos já está bom?). Zona de conforto... um lugar que consideramos “seguro”, mas onde nada acontece ou muda? Mas, eu quero que algo mude? Para que iniciar algo novo, enfrentar um desafio ou olhar para algo com outros olhos? Por que e para que realizar o que pode nos retirar da inércia? Paradoxos? Vamos refletir um pouco sobre isso.

Em primeiro lugar é preciso entender que todo indivíduo precisa ser considerado e tratado como “único”, portanto, não há regras pré-definidas, generalizadas, “engessamento” ou opinião, quando estamos tratando de saúde mental/emocional. É como tratamos a felicidade: cada um tem a sua, e tudo bem! Vale lembrar a frase inspiradora de Carl Jung sobre isso: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas, ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.”

Portanto, ficar na zona de conforto ou não, considerá-la nociva ou não, é decisão particular de cada um. O importante é entender-se e entendê-la, mesmo porque, todas as nossas ações têm consequências (boas ou ruins) e é só à partir daí que precisamos alinhar isso à nossa essência. Normalmente, numa zona de conforto, “lamentar” é mais fácil do que lutar; “terceirizar” responsáveis é muito mais cômodo do que assumir o erro, fazer algo positivo ou ajudar na busca da solução do problema. Esperar é mais cômodo do que seguir e esse cenário pode nos levar à ilusão de foco (tema para um outro artigo) pela sua função de separar pessoas de sua essência e propósito.

Quando não nos sentimos capazes de fazer algo, quando sentimos inveja, quando não nos empenhamos para evoluir, a zona de conforto nos leva ao que disse Freud, em 1909: “Quando não somos capazes de entender alguma coisa, procuramos desvalorizá-la com críticas. Um meio ideal de facilitar nossa tarefa”.

É gratificante ver pessoas que tomam a iniciativa de me procurar e descobrem que a vida não era aquilo que eles acreditavam ser, aprendem ferramentas poderosas de transformação e começam uma nova vida, livres. Sair da zona de conforto (onde muitos estão até de forma inconsciente), faz parte dessas ferramentas, pois estamos falando de uma atitude de sabedoria que proporciona sentido à vida, realização, paz interior e felicidade.

Pessoas de sucesso buscaram e buscam o autoconhecimento e, a partir daí, encontram alternativas assertivas e coerentes com a própria essência e, a partir dessa revolução interna, passam a gerenciar bem melhor o externo.

Somos (hoje) um produto fiel do que pensamos e fizemos até agora. E, como sabemos, o passado só nos traz experiência, pois não podemos mudá-lo. Portanto, sabedoria é alterar nossos pensamentos e atitudes para obtermos resultados diferentes a partir de agora e, para contribuir com isso, entendemos hoje que a zona de conforto não vai por este caminho, pois traz estagnação, ilusão, perdas, colapso. Escolhas.

Deixo mais uma reflexão: “Estou a caminho de quem quero ser e estar daqui cinco, dez ou vinte anos?

“Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito”. (William Shakespeare)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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