Apesar das duras críticas dos torcedores ingleses, que declararam após a partida entre França e Inglaterra, na semana passada, que “Wilton Pereira Sampaio é um árbitro francês e cego, que perdeu seu cão-guia”, o piracicabano Renato Canadinho, ex-árbitro da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), aprova o trabalho dos juízes e assistentes brasileiros na Copa do Qatar. Ele, inclusive, vê Sampaio com boas chances de apitar a final da Copa do Mundo.
“Hoje Wilton Sampaio está um degrau acima de Raphael Claus (o outro árbitro brasileiro na Copa). Inclusive, com eliminação do Brasil, ele tem grandes chances de apitar a final desta edição. Claus não foi bem no seu primeiro jogo Inglaterra x Irã, quando deixou de marcar um pênalti, quando ainda a partida estava 0 x 0 e com isso o deixou um degrau abaixo do Wilton Sampaio”, entende.
“Wilton está em outro patamar e com grande chance de apitar uma final de Copa do Mundo, o que não acontece deste 1986 quando Romualdo Arppi Filho apitou Argentina x Alemanha - antes disso, em 1982, Arnaldo Cesar Coelho apitou a final com Itália x Alemanha. E com a possibilidade do Wilton Sampaio apitar a final de 2022 entraria definitivamente para história da arbitragem brasileira e mundial”, conta Canadinho.
Mas não é isso que pensa a torcida britânica, que achou a atuação de Sampaio desastrosa no clássico da Inglaterra com a França – duelo na qual os atuais campeões mundiais venceram por 2 a 1. Os ingleses não pouparam críticas e até “atualizaram” a página do árbitro no Wikipédia, aos escreverem: "Wilton Pereira Sampaio é um árbitro francês e cego, que perdeu seu cão-guia. Por favor devolver o cão se achado, o cão tem uma partida para apitar".
Apesar de algumas falhas individuais, no entanto, Canadinho aprova o trabalho feito pelos brasileiros que estão no Qatar como juízes e assistentes. “Sem sombra de dúvida, a melhor participação das últimas edições”, analisa.
Para a Copa do Qatar 2022, a Fifa convocou, além dos árbitros Wilton Sampaio e Rafael Claus, mais cinco árbitros assistentes brasileiros - Rodrigo Figueiredo, Danilo Manis, Bruno Pires, Bruno Boachilia e Neuza Inês Bach, que fez história a ser a 1° mulher a participar de um Mundial masculino. A pedido do Jornal de Piracicaba, Canadinho analisou o trabalho dos sete brasileiros na Copa até o momento:
NEUZA BACH
Marcou história. Foi a primeira mulher, junto com árbitra francesa e a outra assistente mexicana, a conduzir uma partida do Mundial masculino. Neuza esteve muito bem nas suas decisões, inclusive marcando e decidindo dentro campo impedimentos difíceis e ajustados.
OS BRUNOS
Os Brunos, o goiano Bruno Pires e paranaense Bruno Boschilia estão muito bem na competição, participaram até aqui de três jogos, com destaque para Inglaterra x França, nas quartas de finais. Caso o Wilton Sampaio seja escalado para final, eles serão os seus assistentes. Muito firmes nas suas decisões, respeitando os jogadores e os jogos.
OUTROS ASSISTENTES
Danilo Simon Manis e Rodrigo Figueiredo tiveram ótima participação nos 2 jogos que foram escalados.
RAPHAEL CLAUS
Foi escalado em dois jogos. Apitou as partidas entre Inglaterra x Irã e Canadá x Marrocos. Podemos falar que no primeiro jogo faltou tranquilidade ao Claus. Muito ansioso, levou muito ao pé da letra as orientações da recuperar o tempo perdido e com isso aplicou 24 minutos de acréscimos, além de um pênalti não marcado quando ainda a partida estava zero a zero.
WILTON SAMPAIO
Ele vem sobressaindo deste seu primeiro jogo, quando apitou Holanda x Senegal e com isso vem merecendo novas oportunidades, com destaque para Inglaterra x França jogo válido pelas quartas de finais.
