HOSTILIZADO

Mãe afirma que estudante foi chamado de 'lixo' por professora, em Escola Estadual

Por Ronaldo Castilho | ronaldo.castilho@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 4 min
Alessandro Maschio/JP
E.E. Antônio Pinto de Almeida Ferraz, fica no Jardim Caxambu
E.E. Antônio Pinto de Almeida Ferraz, fica no Jardim Caxambu

A mãe de um aluno de 12 anos procurou a reportagem do JP para denunciar a professora de Geografia da E.E. Dr. Antônio Pinto de Almeida Ferraz, no Jardim Caxambu. Segundo ela, a docente teria chamado seu filho de “lixo” além de gritar com ele pelos corredores na instituição de ensino. O Boletim de Ocorrência foi registrado pela mãe Gisele Fabiane Sturion. A Diretoria de Ensino apura o caso.

Gisele relata que o levou à escola como de costume, mas por volta das 9h30 ela recebeu uma mensagem do seu filho dizendo que ele queria ir embora. “Meu filho estuda na 6ª série do ensino fundamental, quando foi por volta das 9h30 ele me enviou uma mensagem querendo ir embora, respondi que só poderia pegá-lo por volta das 12h40, já que estava trabalhando. Quando o peguei na escola, ele me relatou que estava triste porque a professora de Geografia tinha o chamado de lixo”, disse. Gisele perguntou o motivo que a professora o tinha chamado daquela forma. “Ele disse que não tinha feito o trabalho de acordo com o solicitado, conforme disse a professora. Ele arrumou o trabalho, mesmo assim não estava certo; foi para o intervalo com o trabalho em mãos; como a professora disse que não estava certo e que ele tinha que fazer de novo ele jogou no lixo”, explicou.  A mãe relata ainda que, após o intervalo, a professora pediu o trabalho novamente, e ele disse que tinha jogado no lixo. “A professora gritou com o meu filho, fez ele buscar o trabalho no lixo que estava no refeitório, ele relatou que ficou chateado que se sentiu mal, por que tinha iogurte no lixo o papel estava amassado e sujo, mesmo assim ele pegou, voltou para sala de aula, entregou para professora, que ficou muito brava e começou a gritar com ele pelos corredores da escola. Depois disso levou ele para diretoria, para tomar uma advertência, ficando na diretoria das 10h30 até aproximadamente 12h40, que foi o momento que o peguei na escola”, relatou. Segundo Gisele a diretora não falou com ele, ficando sentando em um banco.

Gisele disse ainda que quando chegou para pegar seu filho a diretora entregou uma advertência para ela assinar, explicando o que tinha acontecido, e pediu para ela voltar dois dias depois para ter uma conversa com a professora. “Voltei conforme solicitado pela direção da escola, perdi um dia de trabalho, a professora de Geografia disse que o meu filho não tinha feito o trabalho, que ele conversa muito em sala de aula, que ele tinha feito o trabalho e jogado no lixo”. Perguntei para professora o por que ela tinha chamado o meu filho de lixo, “ela negou que o chamou dessa forma”, disse. “Na mesma reunião outros professores entraram para participar e disseram que o meu filho conversa e que a professora de Geografia não gritou com ele, mas outras pessoas que conversei disseram que gritou sim, até muitos saíram para o corredor para ver o que estava acontecendo, estranhando tal atitude da docente”, relatou.

NOTA DA ESCOLA

A direção da E. E. Dr. Antônio Pinto de Almeida Ferraz, informou a reportagem do JP, que a professora de Geografia não hostilizou o aluno em momento algum. Ela passou um trabalho para o aluno valendo nota, como não estava de acordo, foi orientado ao aluno corrigir o trabalho como forma de melhorar a sua nota. Após receber o trabalho ele jogou no lixo. Quando voltou do intervalo, ele relatou a professora que tinha jogado o trabalho no lixo. Ela pediu para ele ir buscar, e que não era para ter jogado no lixo, ela inclusive achou uma falta de postura do aluno. Chamou a sua atenção, mas não falou em nenhum momento que o aluno era um “lixo”, sendo assim ela levou o caso para coordenação. Foi comunicado a mãe, que dois dias depois ela teria que comparecer a escola para uma reunião com a professora e direção da instituição de ensino. Ainda segundo a direção a mãe foi até a escola para reunião com alguns professores, ela estava muito alterada, começou a discutir com a professora em certo momento até a ofendeu, desacatou a professora. A docente inclusive disse que nunca ofendeu o aluno. A mãe foi embora e tomou as atitudes de denunciar a professora na Diretoria de Ensino e também registrou Boletim de Ocorrência. A direção da escola também disse a reportagem do JP, que a escola está aberta para mostrar o trabalho que é desenvolvido com os alunos.

NOTA DA SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO

A conduta relatada não condiz com os princípios e valores da Seduc (Secretaria da Educação do Estado de São Paulo). A Diretoria de Ensino de Piracicaba, responsável pela unidade, está apurando a situação a fim de ouvir todos os envolvidos, e caso necessário, aplicar as providências administrativas cabíveis.

A Seduc-SP conta com o Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar, composto por projetos e ações articuladas entre Convivência e Colaboração; Articulação Pedagógica e Psicossocial; Proteção e Saúde e Segurança Escolar, que serão reforçadas na unidade. A escola também coloca à disposição de seus estudantes, mediante autorização dos responsáveis, e profissionais o atendimento pelo Programa Psicólogos na Educação. A Diretoria segue à disposição para prestar esclarecimentos à comunidade.

Comentários

2 Comentários

  • Jose Roberto 28/11/2022
    Depois se perguntam porque os alunos sai atirando com fuzil nas escolas...!!!
  • Plínio de Andrade Neto 27/11/2022
    Professor precisa ser respeitado, é por essas e outras que ninguém quer ser professor mais, está aí uns dos motivos da falta de professores redes de ensino. Valorize o professor.