
Assim como os humanos, os cães também ficam gripados. Entenda como ocorre o contágio
Sintomas como tosse seca, febre e vômito nos cães são sinais de alerta para a gripe canina, também conhecida como traqueobronquite infecciosa canina ou tosse dos canis. A médica veterinária Ludimila Pereira explica que essa é uma doença que afeta o sistema respiratório dos cachorros.
“Em animais adultos e saudáveis, a traqueobronquite infecciosa canina é uma infeção autolimitada que costuma ser causada por vírus ou pela bactéria bordetella bronchiseptica”, diz. Ela conta ainda que os casos, geralmente, são leves e duram até duas semanas. A tosse, porém, pode persistir por mais tempo, caso hajam complicações e o comprometimento do trato respiratório interior, o que pode, inclusive, levar à morte do cão.
“Em casos mais graves, ele pode ainda apresentar secreção ocular, coriza, falta de apetite e febre. A duração dos sintomas depende do tempo de exposição ao patógeno, densidade populacional, resposta individual do paciente e se a infecção é solo ou combinada”, complementa.
As formas de transmissão mais comuns são o contato direto entre cachorros contaminados por secreções respiratórias, conta a médica veterinária Alice Völker Cordeiro. Ela alerta que o contágio geralmente ocorre em canis, hotéis ou locais com muitos
cães alojados.
Embora seja uma enfermidade contagiosa entre cães, ela não apresenta risco aos humanos. “Apesar dos sintomas serem muito parecidos com a gripe humana, a versão canina não é transmissível para nós”, ressalta Alice.
Os cachorros podem ficar resfriados, geralmente, durante o frio, assim como ocorre com os humanos. Nessa época ou em regiões de baixa temperatura, a exposição ao clima e à umidade pode levar à contaminação. Ludimila alerta que a presença do pet em locais com outros cães e a troca de utensílios entre os bichos, como focinheiras, levam ao aumento de casos.
Após o cão contrair a gripe, é necessário tratá-la. As especialistas indicam procurar um médico veterinário assim que o tutor notar o surgimento dos sintomas e jamais automedicar o pet.
É importante manter o isolamento de outros cachorros para evitar o aumento do contágio, além de preservar o ambiente em que o cão está ventilado e higienizado.
Ludmila conta que o tratamento inclui a aplicação de broncodilatadores, xaropes expectorantes, anti-inflamatórios, antibióticos para combater a infecção bacteriana e inalação para auxiliar a expectoração da secreção. Com as indicações. Alice aponta ainda o uso de nebulizadores e antitussígenos, caso a tosse seja seca e sem produção de muco.
A principal forma de prevenção contra a gripe canina é a vacinação, que minimiza os sintomas respiratórios e reduz a transmissão entre os cachorros.
Laís Seguin
lais.seguin@jpjornal.com.br
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